"Uber de sangue": como drones salvam vidas na África
Uma parceria entre o ministério da saúde de Ruanda e uma empresa norte-americana chamada Zipline está salvando vidas no país africano.
A ideia é relativamente simples e envolve utilizar aviões não-tripulados - os chamados drones - para realizar entregas de medicamentos e sangue para regiões remotas do país. Simples e extremamente eficaz, a estratégia tem salvado milhares de vidas por lá.
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Isso porque, com esse método, o tempo necessário para a entrega desses recursos vitais caiu de cerca de quatro horas para uma média de 30 minutos. Por lá, o serviço já entregou mais de 5.500 bolsas de sangue, o que rendeu o apelido de "Uber de sangue".
Isso só é possível devido à condição do país: ao contrário de nações mais ricas, cujo espaço aéreo é repleto de aviões comerciais e os drones estão sujeitos a normais mais restritas de voo, em Ruanda os céus são mais livres e a legislação para o uso destas aeronaves é mais flexível.
Ao todo, 12 hospitais são atendidos pelo serviço, sendo que cada um deles atende a cerca de meio milhão de pessoas. Com o serviço de entrega, esses hospitais podem armazenar menos sangue, o que também evita que o recurso seja menos desperdiçado.
A entrega de sangue tem ajudado a reduzir mortes de mães durante o parto e também atende a pessoas que sofrem de anemia em decorrência da malária, doença comum em Ruanda e cujo efeito colateral é mais visto em crianças.
Entregas com um clique
Para solicitar um medicamento ou bolsas de sangue, os médicos enviam uma mensagem de Whatsapp para o serviço ou fazem o pedido pelo site da Zipline. Após uma confirmação, um drone parte para o destino a 96km/h. Ao se aproximar do local, o pacote é entregue em uma área específica, preso a um paraquedas, e então retorna à base.
A ideia da Zipline é expandir o serviço em 2018, passando a oferecer outros tipos de suprimentos, como remédios para HIV, vacinas contra malária e aparatos médicos. E também passar a oferecer o serviço na Tanzânia, um país de 56 milhões de habitantes.
Em Ruanda, há críticos dessa estratégia do governo que afirmam que ao invés de oferecer esse serviço de alta tecnologia, o governo deveria investir em infraestrutura básica de saúde e também de estradas. O custo do contrato entre o governo e a Zipline não foi revelado.
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