A inteligência artificial vai tomar seu emprego? A realidade pode ser outra

Perder o emprego para máquinas, sejam computadores ou robôs em linhas de montagem, é uma realidade que afeta muita gente e levanta a questão: qual será o impacto das inteligências artificiais (IAs), cada vez mais avançadas, no mercado de trabalho?
Segundo a agência Gartner, firma de pesquisa e aconselhamento em tecnologia, a realidade pode ser menos sombria do que se imagina: até 2 milhões de novos postos de trabalho serão criados até 2025, por conta das IAs.
VEJA TAMBÉM:
- Como as empresas tentam impedir que as máquinas se voltem contra você
- Agora inteligência artificial já consegue aprender a jogar xadrez sozinha
- Assistente virtual da Amazon faz festa particular e polícia é chamada
- Filmes pornô com celebridades? A maioria é fruto de inteligência artificial
O número de postos afetados vai variar de acordo com a indústria, diz a análise da Gartner. Até 2019, setores de saúde, governo e educação terão uma crescente demanda de empregos, enquanto a manufatura será atingida fortemente.
A partir de 2020, a criação de empregos relacionados às IAs passará por uma transformação positiva, aponta a agência, que compara o impacto ao de outros avanços tecnológicos do passado.
Período de transição
"Muitas inovações foram associadas a um período de transição de perda de emprego temporário, seguindo de recuperação", diz a vice-presidente de pesquisas da Gartner, Svetlana Sicular. "A transformação de negócios e a IA provavelmente seguirão essa rota".
A executiva diz que a inteligência artificial melhorará a produtividade de muitos empregos, eliminando milhões de posições de nível médio e baixo, mas criará milhões de novas posições de habilidades altamente qualificadas, gerenciamento e até a variedade de nível de entrada e baixa qualificação.
As previsões apontam para um cenário de integração entre inteligência artificial e operadores humanos.
Em 2022, um em cada cinco trabalhadores dependerá de uma IA para tarefas não rotineiras, afirma a agência de pesquisa, e não em tarefas altamente repetitivas. A aplicação de IA para um trabalho de menor rotina, que é mais variável, começará a render benefícios superiores. "É provável que a IA aplicada ao trabalho sirva para ajudar os seres humanos, ao invés de substituí-los".
"Usar a IA para gerar automaticamente um relatório semanal ou selecionar os cinco e-mails mais importantes do dia não tem o mesmo fator surpreendente de, digamos, curar uma doença séria", diz Craig Roth, da Gartner. "Por isso esses usos práticos e de curto prazo passam despercebidos".
Consumidores preferem humanos
Para a agência, até 2022 os varejistas tentarão substituir os associados de vendas por IAs, mas sem êxito. Funções como caixa e empregados operacionais, porém, serão interrompidas.
O varejo vai alavancar o uso de IA e robótica, usando automatização de processos inteligentes para identificar e otimizar atividades intensivas e repetitivas em lojas e centros de distribuição - atividades que hoje são realizadas por seres humanos.
Ainda assim, a pesquisa da Gartner mostra que muitos consumidores ainda preferem interagir com vendedores experientes (e humanos), principalmente me áreas especializadas como material de construção, farmácias e cosméticos.
"Os varejistas serão capazes de fazer economias trabalhistas, eliminando empregos altamente repetitivos e transacionais, mas precisarão reinvestir algumas dessas economias em treinamentos que possam melhorar a experiência do cliente", diz o diretor de pesquisa Robert Hetu.
"A IA poderá ser uma forma de aumentar as experiências dos clientes em vez de simplesmente remover humanos de todos os processos', conclui.
Em 2021, o aumento do uso de inteligência artificial pelas empresas vai gerar US$ 2,9 trilhões em valor comercial e recuperará 6,2 bilhões de horas de produtividade do trabalhador.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.