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Jovem que barrou ataque cibernético ganha folga no trabalho por ser "herói"

No Brasil, computadores do Tribunal de Justiça de São Paulo foram infectados no ataque - Reprodução
No Brasil, computadores do Tribunal de Justiça de São Paulo foram infectados no ataque Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

14/05/2017 13h02

Como prêmio por ter impedido estragos ainda maiores na última sexta-feira (12), quando um ataque cibernético atingiu milhares de pessoas em dezenas de países, o analista de sistemas conhecido pelo apelido online MalwareTech vai ganhar uma semana de folga pela façanha. O rapaz de 22 anos  trabalha para uma empresa britânica de segurança --e tem sido tratado pela mídia do mundo todo como um "herói"

"O pesquisador de 22 anos ganhou mais uma semana de folga como recompensa pelo seu trabalho”, diz o jornal britânico “The Independent”, que publicou hoje matéria sobre o assunto.

Neste domingo (14), a Interpol divulgou que 200 mil vítimas foram atingidas em 150 países.

Imagem associada ao perfil MalwareTech, nome usado online pelo jovem de 22 anos que barrou a proliferação do ataque cibernético pelo mundo no dia 12 de maio - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Imagem associada ao perfil MalwareTech, nome usado online pelo jovem de 22 anos
Imagem: Reprodução/Twitter

“O analista de segurança cibernética já estava de folga quando decidiu investigar o ataque de ransomware [tipo de software malicioso que sequestra e bloqueia arquivos do usuário atingido em troca do pagamento de um resgate], após ficar sabendo do ataque global", diz o texto.

O fato de ter declarado que impediu “por acidente” que o vírus se propagasse transformou sua ação em algo ainda mais heroico.

“O chefe me deu outra semana como compensação por esta catástrofe de férias”, ele disse.

Segundo a BBC, que o entrevistou, o jovem analisava o código que fazia funcionar o vírus responsável pelo ataque quando percebeu que o programa tentava contactar um endereço de internet incomum (iuqerfsodp9ifjaposdfjhgosurijfaewrwergwea.com), que não estava registrado.

Ele, então, gastou o equivalente a R$ 35 reais para "comprar" o endereço. Com isso, conseguiria analisar o comportamento do vírus, mas notou que, logo na sequência à operação de registro, a propagação do programa foi interrompida, como se um "botão de segurança" tivesse sido ativado, levando à sua autodestruição.

"Foi algo acidental. Passei a noite inteira investigando”, afirmou. "Quando registrei o site, isso fez com que todas as 'infecções' pelo mundo se desativassem, por acreditar que estavam em uma máquina virtual. Sem querer, impedimos a proliferação do vírus."

Isso não significa que a ameaça foi afastada. Arquivos danificados pelo vírus ainda podem ser usados para chantagear seus donos. E analistas de segurança alertam que novas variações do programa que ignorem o "botão" vão aparecer. (com informações da BBC)