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Por que os trabalhadores suecos estão implantando chips no corpo?

Autodescrito "hacker de corpo", Jowan Osterlund, da Biohax Sweden, segura pequeno implante de microchip - James Brooks/AP
Autodescrito "hacker de corpo", Jowan Osterlund, da Biohax Sweden, segura pequeno implante de microchip Imagem: James Brooks/AP

Do UOL, em São Paulo

05/04/2017 11h04

Funcionários da Epicentre, incubadora de start-ups sueca, estão implantando voluntariamente microchips em suas mãos, segundo a Associated Press. Apesar de parecer roteiro de filme de ficção científica, eles dizem estar buscando mais "conveniência" em suas vidas.

Do tamanho de grãos de arroz, os chips nas mãos funcionam mais ou menos como os usados nos cartões de crédito de celulares e bilhetes de ônibus --com um movimento das mãos, eles conseguem abrir portas, operar impressoras ou mesmo comprar drinques. 

Os funcionários da Epicentre estão tão empolgados com a ideia que fazem festas para quem aderiu à vida de ciborgue.

Apesar de já serem usados em coleiras de animais de estimação ou para monitorar entregas, esta é a primeira vez que os chips são maciçamente adotados por uma empresa e implantados nos corpos dos empregados.

Os pequenos implantes usam a tecnologia Near Field Communication (NFC), a mesma de cartões de crédito sem contato ou pagamentos móveis.

Embora biologicamente seguros, os dados gerados pelos chips podem mostrar quantas vezes um funcionário vai ao trabalho ou o que eles compram.

E, ao contrário de cartões ou smartphones, que podem gerar os mesmos dados, uma pessoa não pode facilmente se separar do chip.

A Epicenter, que abriga mais de 100 pequenas empresas e cerca de 2.000 trabalhadores, começou a implantar os chips nas pessoas em janeiro de 2015. Agora, cerca de 150 trabalhadores os possuem.

A NewFusion, uma empresa com sede na Bélgica, também oferece aos seus funcionários tais implantes. Há outros casos isolados de entusiastas que também aderiram nos últimos anos, como Evgeny Chereshnev, vice-presidente de marketing da empresa de segurança digital Kaspersky. O russo também fez o implante e contou sua experiência na Campus Party de São Paulo do ano passado --o UOL o entrevistou na ocasião.

As pessoas me perguntam: 'Você está 'chipado'?' E eu digo: 'Sim, por que não?'

Fredric Kaijser, 47 anos, o diretor de experiência do Epicentro.

"E todos se entusiasmam com questões de privacidade e o que isso significa, mas para mim é apenas uma questão de eu tentar novas coisas e ver isso como mais um facilitador e o que isso traria para o futuro", diz.

Isso significa visitas ao autodescrito "hacker de corpo" Jowan Osterlund, da Biohax Suécia, empresa que executa a "operação" gratuita para os voluntários.

Ele injeta os implantes usando seringas pré-carregadas na área carnuda da mão, logo ao lado do polegar. O processo dura alguns segundos, e frequentemente não há nenhum grito de dor e apenas uma gota de sangue. "O próximo passo para a eletrônica é movê-la para o corpo", diz Osterlund.

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