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Pela 1ª vez, motorista consegue dirigir carro a 70 km de distância com 5G

Lilian Ferreira

Do UOL, em Barcelona*

02/03/2017 12h00

Dirigir um carro à distância parece algo legal? Pois uma equipe de especialistas conseguiu fazer um motorista dirigir um carro que estava a 70 quilômetros. Na Mobile World Congress, em Barcelona, dois condutores, um no estande da Telefónica e outro na Ericsson, dirigiram em tempo real dois carros que estavam em Tarragona.

A experiência foi para mostrar a capacidade e possíveis aplicações das redes de tecnologia 5G, que só devem ser implementadas comercialmente em 2020.

O carro estava acoplado a quatro câmeras e sensores de movimento, que enviaram dados ao condutor com atraso de menos de 30 milissegundos, mais rápido do que a mente humana consegue perceber. Os motoristas estavam em estruturas que lembram carros de videogame, e viam e sentiam tudo o que acontecia lá longe por quatro TVs 4K. Para tudo isso foi preciso uma velocidade de 25 Gigabits por segundo.

Para se ter uma ideia, a velocidade média de banda larga no Brasil hoje é de 4,1 Mbps, ou seja, mais de seis mil vezes menor. É ainda usado um espectro de alta frequência, 15Ghz.

5G no Brasil

Enquanto o 4G ainda engatinha no Brasil, com o governo tentando limpar a frequência 700 MHz com a migração para a TV Digital (já que o sinal analógico ocupa essa frequência e compete com o 4G), foi lançado o Projeto 5G Brasil, uma associação público privada para incentivar a adoção da nova tecnologia.

Gilberto Kassab, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), esteve em Barcelona para fechar parcerias em 5G. Atualmente, o Brasil tem 196 milhões de acessos em banda larga móvel, sendo que 60 milhões estão conectados por meio de 4G. O ministro disse acreditar que começando agora o país não ficará muito atrás do resto do mundo na implementação da tecnologia.

Para José Otero, diretor para América Latina e Caribe da 5G Americas, o Brasil tem uma boa rede de fornecedoras e operadoras trabalhando em 5G. "Os primeiros sinais devem ser onde já existe fibra ótica, sem rede fixa de alta velocidade, não temos rede móvel. Então, devemos ter primeiro em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina", diz. 

* A jornalista cobre a MWC a convite da FS