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Cruzada contra notícia falsa: Facebook cria projeto em parceria com a mídia

Do UOL, em São Paulo

11/01/2017 14h02Atualizada em 25/06/2020 00h30

O Facebook finalmente anunciou nesta quarta-feira (11) uma ação voltada ao jornalismo. Chamado de "Facebook Journalism Project", o projeto era especulado desde que a rede social sofreu duras críticas pela suposta influência de notícias falsas na eleição dos Estados Unidos. Agora, a empresa de Mark Zuckerberg quer aumentar os laços com empresas de mídia.

A companhia anunciou uma série de medidas que reforçam sua relação com a imprensa, após os problemas durante o pleito norte-americano, e confirmou que trabalhará em conjunto com outras organizações para ajudar as pessoas a entenderem em que fontes confiar. Uma das citadas, nos Estados Unidos, é a Walter Cronkite School of Journalism and Mass Communication, na Universidade do Arizona.

Vale lembrar que notícias falsas também são um problema em países como o Brasil: durante a semana do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara, três das cinco notícias mais compartilhadas eram falsas.

O Facebook ainda informou que atuará com outras empresas na checagem de notícias que se espalham pela rede social. Recentemente, o site já havia feito mudanças para reduzir a viralização de conteúdos falsos - é possível que as pessoas denunciem conteúdos falsos - e diminuiu incentivos financeiros para quem faz relatos falsos no Facebook.

Laços reforçados com a imprensa

Em uma provável tentativa de agradar a mídia, o Facebook ainda afirmou que aumentará a parceria para o desenvolvimento de novos produtos em colaboração com jornalistas. A empresa promete novos formatos de contar histórias, evoluindo os atuais (vídeos ao vivo, vídeos em 360º e artigos lidos em plataforma da própria rede social).

No projeto, o site avaliou a possibilidade de oferecer pacotes de conteúdos para seguidores mais engajados com as páginas.

Outra iniciativa, em estágio inicial, é a valorização de notícias locais pelo interesse de assuntos relativos à comunidade. O Facebook prometeu ainda implantar opções de monetização para produtores de conteúdo e confirmou que deverá, em breve, colocar anúncios no meio de vídeos e expandir o intervalo para anúncios em vídeos ao vivo.

Treinamentos e ferramentas

Além de prometer "ouvir" mais os jornalistas e promover hackathons específicos para novos produtos para a mídia, o Facebook anunciou que fará treinamentos para a imprensa aproveitar o máximo da rede social, inclusive oferecendo certificados. Uma nova ferramenta para a mensuração do conteúdo publicado também deve surgir em breve.

Como muitos jornalistas usam os vídeos ao vivo para buscar notícias, a empresa também quer implantar melhorias nesta relação. Mais um aspecto é a valorização de testemunhas de grandes eventos e que podem ser usadas como fontes para jornalistas.

Agrado após críticas

O anúncio do Facebook vem em contraponto às críticas que recebeu recentemente. Apesar de dizer que as notícias falsas não influenciaram na votação que elegeu Donald Trump, a empresa ao menos oferece uma resposta.

Atualmente, redes sociais já contam com parcerias com imprensa - o Twitter tem uma espécie de curadoria de conteúdo na sessão "moments", com os principais assuntos do momento, e o Snapchat oferece uma seção de conteúdos diretos de empresas de mídia.