Smartphone mais barato revolucionou países africanos (para o bem e o mal)
O primeiro smartphone chegou há 20 anos ao mercado. No continente africano, cerca de metade dos celulares tem ligação à internet e o número vai duplicar até 2017.
Nas últimas décadas, o celular tornou-se um elemento importantíssimo no continente africano, não apenas para a comunicação entre as pessoas, mas também - e sobretudo - para os negócios. Cada vez mais africanos transferem dinheiro mediante o envio de uma mensagem SMS. E os que dispõem de uma ligação à internet têm ainda mais possibilidades de aumentar o volume dos seus negócios.
Em 1999, havia no continente africano apenas cerca de 80 milhões de celulares. Em 2008, já eram cerca de 500 milhões. Aproximadamente 60 por cento de todos os africanos utilizam um celular. Outros dados apontam para cerca de mil milhões de celulares em 2015, em todo o continente africano.
A novidade é que cerca de metade dos aparelhos já tem acesso à internet. "Os chamados smartphones já não são nenhuma novidade para os africanos", confirma Martin Walker, diretor regional da agência de consultadoria IDC para a África Austral.
Mais negócios. Maior democratização?
"Os smartphones tornam-se cada vez mais interessantes para os consumidores africanos, pois são cada vez mais acessíveis, em termos de preço, e as companhias também investem cada vez mais em redes de banda larga das terceira e quarta gerações", explica Martin Walker. "Tudo isso contribuiu para que o mercado se tivesse desenvolvido de forma alucinante nos últimos 3 anos".
Até 2017, o número de smartphones no continente africano vai duplicar, segundo estimam os observadores. Isso contribuirá para um aumento do volume de negócios na internet, mas também para uma certa democratização das sociedades africanas , segundo afirma Marco Manacorda, professor de Economia, na universidade de Londres.
"Chegamos à conclusão de que os celulares podem contribuir para uma maior mobilização dos cidadãos para causas políticas. Através do celular é possivel mobilizar a sociedade civil, por exemplo, para a participação em manifestações ou comícios", exemplifica.
Os perigos da "revolução do smartphone"
Marco Manacorda vê muitas oportunidades no uso do celular e do chamado smartphone. Alguns dos seus colegas da faculdade já falam de uma "smartphone revolution", uma verdadeira revolução das sociedades africanas promovida pelo uso das novas tecnologias. Os efeitos, ressalva o professor, podem ser positivos, mas também negativos: as novas tecnologias não são apenas utilizadas por indivíduos ou organizações com fins positivos, mas também, por exemplo, por regimes autoritários e seus representantes.
"Os governos também já aprenderam a utilizar as novas tecnologias de comunicação para os seus próprios propósitos. Quando precisam, até bloqueiam as redes", lembra o docente, sublinhando que estes governantes "fazem tudo para controlar as redes sociais, para assim melhor influenciar o que se passa nos seus países".
Segundo os peritos, os cidadãos em África, tal como noutros continentes, devem ter uma abordagem crítica, mas construtiva em relação às novas tecnologias de comunicação. Ou seja: devem tentar aproveitar as novas oportunidades que a tecnologia oferece, e - ao mesmo tempo - não se deixar absorver ou influenciar em demasia.
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