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Londres pede colaboração do WhatsApp por atentado em Westminster

Turistas tiram fotos na ponte Westminster dois dias depois do atentado terrorista que deixou quatro mortos em Londres - AP Photo/Matt Dunham
Turistas tiram fotos na ponte Westminster dois dias depois do atentado terrorista que deixou quatro mortos em Londres Imagem: AP Photo/Matt Dunham

Da AFP, em Londres

27/03/2017 10h14

Quatro dias depois do atentado diante do Parlamento britânico em Londres, os investigadores continuavam buscando possíveis cúmplices e, neste domingo, a ministra do Interior pediu a colaboração dos serviços de mensagens como o WhatsApp para que não "sirvam de esconderijo de terroristas".

A ministra Amber Rudd considerou totalmente inaceitável neste domingo, falando à BBC, o fato de que as comunicações entre suspeitos de atos terroristas possam escapar dos serviços de inteligência porque estão cifradas.

A ministra confirmou na Sky News que Khalid Masood, o britânico 52 anos convertido ao Islã e que durante a semana matou três pessoas atropelando-as com seu carro na ponte de Westminster antes de esfaquear e matar um policial diante do Parlamento, utilizou o WhatsApp, propriedade do Facebook, um pouco antes do ataque.

"Temos que nos assegurar que as empresas como WhatsApp - e há muitas outras como esta - não sirvam de esconderijo secreto onde los terroristas possam se comunicar entre si", afirmou, anunciado uma reunião na quinta-feira com vários dirigentes de empresas nesse setor para convencê-los a colaborar com as autoridades.

"Há investigações em curso sobre os terroristas, estas empresas devem estar do nosso lado e vou tentar convencê-las", afirmou na Sky News.

O WhatsApp reagiu assinalando a predisposição do grupo em ajudar.

"Estamos horrorizados com o ataque realizado em Londres esta semana e cooperaremos com as autoridades em suas investigações", assinalou a empresa em um comunicado enviado à AFP.

Os investigadores, por sua parte, acreditam que se trate de um lobo solitário, afirmou Rudd, assinalando, no entanto, que era impossível estar completamente seguro disso e que as investigações prosseguem.

"Queremos entender se Masood agiu sozinho inspirado pela propaganda terrorista ou se houve outras pessoas que o incentivaram, apoiaram e deram instruções", declarou no sábado um dos chefes da luta antiterrorista britânico, Neil Basu.

"Nossa investigação continua a um ritmo intenso. Estou muito grato pelo apoio que a população nos deu até agora, mas peço mais ajuda", afirmou.

Depois do atentado, que deixou 50 feridos, além dos quatro mortos, a polícia deteve 11 pessoas suspeitas de participar na preparação do atentado.

Mas apenas uma dessas pessoas continua sob custódia neste domingo, um homem de 58 anos preso em Birmingham, centro da Inglaterra. As outras 10 pessoas foram colocadas em liberdade sem acusações e uma mulher de 32 anos foi colocada em liberdade sob fiança.

A investigação se concentra em entender a motivação do autor do atentado e a preparação do ato.

"Queremos saber se agiu absolutamente sozinho, inspirado por propaganda terrorista, ou se recebeu ajuda de outros", explicou o comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard, Mark Rowley.

Masood tinha 52 anos - uma idade considerada elevada neste tipo de atentado - e seu verdadeiro nome era Adrian Russel. A mudança de nome indica a conversão ao islã.

A imprensa britânica informou que ele trabalhou como professor na Arábia Saudita em meados dos anos 2000, quando se radicalizou, antes de retornar ao Reino Unido em 2009.

Ele teve muitos problemas com a lei e tinha várias condenações por agressões e delitos de distúrbios públicos, mas não de terrorismo, segundo a polícia.

Sua última condenação aconteceu em dezembro de 2003 por posse de arma branca.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado menos de 24 horas depois do ocorrido.

O ataque de Londres aconteceu no dia em que os atentados que deixaram 32 mortos em Bruxelas completaram um ano.

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