Angélica quase foi Lolita: como nome acabou ligado à sexualização infantil

Angélica contou que quase adotou outro nome ao entrar para o mundo artístico: Lolita. A sugestão, segundo ela, veio de um "figurão" da TV que se inspirou na personagem-título do polêmico livro de Vladimir Nabokov.

Segundo Angélica, esse mesmo homem a assediou quando ela estreou na televisão —ela tinha apenas 12 anos, mesma idade de Lolita no início da história. A apresentadora acabou mantendo o mesmo nome de batismo.

Quem é Lolita

No livro, a menina é alvo do interesse do padrasto, Humbert Humbert, descrito como um "homem de meia-idade" que cria um "amor obsessivo" pela enteada.

Publicado em 1955, ele se tornou obra polêmica, apontada por alguns críticos como uma romantização da pedofilia. A história é narrada por Humbert e descreve Lolita como "uma ninfeta que inflama as loucuras e desejos mais agudos" do padrasto. O livro chegou a ser proibido na Inglaterra e apreendido na França. O nome Lolita acabou popularmente associado à sexualização infantil.

"Ela nunca existiu, foi uma criação da minha mente". Foi assim que Nabokov respondeu ao ser questionado se Lolita era inspirada em uma criança real.

Para falar a verdade, eu não conheço meninas pequenas muito bem. Quando eu reflito sobre esse assunto, só consigo pensar que não conheço uma única menina. Já as encontrei socialmente, uma vez ou outra, mas Lolita é uma ficção criada pela minha imaginação.
Nabokov em entrevista à BBC, em 1962

O padrasto de Lolita também seria inventado. Segundo o escritor russo, sua ideia era escrever sobre um homem com uma "obsessão", o que originou Humbert Humbert.

Enquanto eu escrevia o livro, via aqui e ali jornais falando sobre homens idosos que se interessavam por garotas. Era uma coincidência interessante, mas só isso.

Em sua vida pessoal, Nabokov foi casado a vida inteira com a mesma mulher. Ele e Vera oficializaram a união em 1925 e ficaram juntos até a morte do autor, em 1977, aos 78 anos.

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