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Tico Santa Cruz: 'Topei participar da 'Fazenda' pela questão financeira'

Colaboração para Splash, do Rio

12/09/2022 04h00

No "De Lado com Fefito" da última semana, o cantor e compositor Tico Santa Cruz, do Detonautas Roque Clube, relembrou sua participação da terceira edição de "A Fazenda", em 2010.

O artista contou para o colunista Fefito que guarda boas recordações desta aventura, apesar de ter sido o terceiro eliminado do programa da Record.

Eu não acompanhava reality, topei pela questão financeira. Mas não me arrependo. Foi muito intensa a experiência.

A estadia de Tico na "Fazenda" foi marcada por uma briga feia com o ator Dudu Pelizzari, que ele credita a uma mudança de percepção da realidade. "A noção de tempo muda lá dentro, tudo fica à flor da pele", explicou.

Mas do que ele gostou mesmo foi da convivência com figuras como Sergio Mallandro, Nanny People e Geisy Arruda.

Foi uma forma de conhecer gente da qual eu só tinha notícia pela internet e canais de celebridade.

'Só não tenho tatuagem íntima'

No papo com Fefito, Tico, que é entusiasta de tatuagens, explicou por que resolveu tatuar o rosto recentemente.

As tatuagens são as cicatrizes que eu escolhi para a minha vida. Passei por uma depressão na pandemia e resolvi tatuar mais o meu rosto. Para mim, minha construção da identidade passa por essa transformação.

Fefito perguntou sobre as reações que as tatuagens do artista provocam nas pessoas. E ouviu duas confidências de Tico. A primeira:

Eu recebo mais cantadas de homens do que de mulheres por causa das tatuagens.

Para um homem que não se importa de tatuar o rosto, a outra foi ainda mais surpreendente:

Eu só não tenho tatuagem íntima. Tenho medo. Essa dor eu não quero experimentar, não!

'Público tem o direito de se manifestar como quiser'

Na entrevista, Fefito perguntou para Tico sobre sua atuação política, que sempre caminhou junto com a música. "Todos somos seres políticos, independentemente de termos consciência disso ou não", disse. Neste sentido, ele gosta de deixar seu público bem à vontade nos shows:

O público tem todo o direito de se manifestar e falar o que quiser. É uma forma honesta de dizer o que está sentindo.

Para o artista, festivais como o Rock in Rio são espaços propícios para a livre manifestação de ideias, seja da plateia, seja dos artistas.

Na época do impeachment, via muito pouca manifestação, mas acho que a classe tomou a rédea da situação agora. Muitos tinham receio de se posicionar e agora nitidamente perderam este medo.

'Não existe salvador da Pátria'

O single mais recente do Detonautas, que está com agenda cheia após a pausa forçada pela pandemia, chama-se "Não Existe Salvador da Pátria". Lançado em conjunto com o grupo capixaba Herança Negra, a letra reflete uma convicção sólida de Tico.

"Na América Latina, temos essa característica paternalista de achar que virá alguém para nos ajudar. Mas não existe salvador da pátria", explicou o músico, que é formado em Ciências Sociais. Ele não acredita nisso.

O que vai nos ajudar é equalizar os poderes no Congresso, colocando as minorias representativas lá dentro. Mulheres, pessoas pretas, PCDs, pessoas LGBTQIA+, indígenas precisam estar lá.

"Um presidente não consegue resolver nada sozinho. É no Legislativo que ele realmente vai conseguir - ou não - governar", opinou.

O De Lado com Fefito vai ao ar toda quinta-feira, às 14h, na home UOL e no canal de Splash no YouTube. Artistas e personalidades da mídia batem um papo com o colunista de Splash que vai de vida e carreira aos momentos de vergonha alheia que todo mundo passa de vez em quando.