Topo

Como a pandemia mudou as regras do Oscar 2021

26.fev.2017 - Estatuetas do Oscar em Hollywood
26.fev.2017 - Estatuetas do Oscar em Hollywood
Christopher Polk / Getty Images

De Splash, em São Paulo

23/04/2021 04h00

A pandemia de covid-19 bagunçou a as estreias de filmes, cancelou ou atrasou filmagens e mexeu até com uma instituição que é historicamente pouco chegada a mudanças: a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

E isso está refletido na 93ª edição do Oscar.

Continua depois da publicidade

A maior premiação do cinema, que acontece no domingo (25), teve de alterar suas regras para se adaptar à nova realidade e mudar alguns dos critérios que classificam um filme para concorrer ao prêmio mais importante do cinema mundial.

Começou pelas datas

O prazo para estreia dos filmes concorrentes aumentou. Antes, ele era de 1 de janeiro a 31 de dezembro do ano anterior. Para o Oscar 2021, no entanto, foram considerados os filmes que estrearam entre 1 de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro deste ano.

Isso mudou a data da premiação em si. Tradicionalmente realizado em fevereiro ou março, o Oscar ficou para o fim de abril.

REUTERS/Mario Anzuoni - REUTERS/Mario Anzuoni
O filme 'Parasita', de Bong Joon Ho, foi o grande vencedor do Oscar no ano passado
Imagem: REUTERS/Mario Anzuoni
Continua depois da publicidade

Mas a maior mudança veio mesmo em outra frente, quando a estreia em cinema deixou de ser necessária para habilitar um filme a concorrer ao Oscar.

Antes, a Academia exigia que os filmes fossem exibidos por pelo menos uma semana em um cinema de Los Angeles, com três sessões ao dia. Isso valia inclusive para produções lançadas por serviços de streaming, como "Roma" e "O Irlandês", duas grandes apostas da Netflix para o Oscar nos últimos anos.

Niko Tavernis/Netlfix - Niko Tavernis/Netlfix
Scorsese dirige Robert De Niro e Joe Pesci em 'O Irlandês'; filme da Netflix teve de estrear nos cinemas para concorrer ao Oscar do ano passado
Imagem: Niko Tavernis/Netlfix

Com o fechamento dos cinemas, no entanto, essa regra ficou impraticável — até porque os cinemas da cidade dos anjos só puderam reabrir em março.

Por isso, a Academia passou a admitir que fossem considerados filmes que estreassem diretamente em serviços de streaming e vídeo on demand. A única exigência era que os filmes fossem disponibilizados no sistema de streaming da Academia dentro dos 60 dias seguintes ao seu lançamento.

Continua depois da publicidade

Mas a regra, até o momento, só vale para este Oscar mesmo.

Por coincidência (ou não), este é o ano em que Netflix e Amazon dominaram as indicações, com 35 e 12 lembranças, respectivamente.

Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
'Mank', filme da Netflix, lidera indicações ao Oscar, com 10
Imagem: Divulgação/Netflix

Mas uma outra mudança veio para ficar:

A Academia expandiu a sua lista de cidades que podem receber sessões que qualifiquem filmes para o Oscar: além de Los Angeles, agora também valem Nova York, São Francisco, Miami, Chicago e Atlanta. Em tese, isso pode ajudar distribuidoras menores.