Thiago Stivaletti

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Opinião

Madonna ignora área vip apática e dá surra de energia nos caretas

Aos 65 anos, Madonna provou mais uma vez do que é capaz. Seu show na praia de Copacabana foi histórico por vários motivos. O principal deles é mostrar do que uma mulher empoderada é capaz.

Nas duas horas de apresentação, ela recriou a famosa cena da masturbação de "Like a Virgin" que marcou sua turnê Blonde Ambition do início dos anos 90; simulou receber sexo oral ao lado de Anitta; beijou uma dançarina trans e levou Pabllo Vittar, a drag mais poderosa do mundo, para um número de puro amor ao Brasil. E, como vários memes têm brincado desde ontem, reapropriou a bandeira do Brasil como símbolo de diversidade, paz e tolerância, enfurecendo bolsonaristas e senhoras conservadoras de Copacabana. Uma surra nos caretas.

Quanto ao clima entre os fãs, o show de Madonna confirmou o que já se sabia: o povo é muito mais empolgado do que as elites. Enquanto o público dançava é pulava nas areias longe dos palcos, o pessoal da área vip quase não dançou, mais preocupado em filmar o show com o celular pra ostentar nas redes que estava próximo da diva. Pra quem viu o show de longe, não era vantagem ficar filmando o telão, o que liberou todo mundo pra dançar e curtir.

Pode ser bobagem de fã, mas Madonna parece sincera quando expressa gratidão aos fãs brasileiros, que enchem seus posts de comentários todos os dias e levantam a bandeira em qualquer show que ela faça ao redor do mundo. Sim, ela ganhou 17 milhões de reais pra estar aqui, mas poderia ter dispensado esse cachê e voltar mais cedo pra casa. No entanto, Madonna não se cansa. Ao final, muitos fãs se perguntavam se esse foi o último show dela no Brasil. É o mesmo que se perguntou em 2008 e 2012, e olha ela aqui de novo. Como a rainha do pop já provou várias vezes que idade não importa, não custa sonhar com uma volta em breve.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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