Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Pandemia ainda pesa, e indicações ao Emmy 2022 têm poucas novidades
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
As indicações ao Emmy 2022, anunciadas hoje, comprovam algo que já sentimos no sofá de casa: houve poucas novidades em 2021, ano prejudicado pelo início da pandemia no ano anterior, com várias produções inéditas paralisadas.
A única grande novidade foi "The White Lotus" (HBO Max), a melhor série de comédia do ano passado, que ganhou 20 merecidas indicações, incluindo o elenco inteiro. É daquelas séries raras que une humor à sátira social sem ser panfletária, mostrando a chegada de turistas ricos num resort no Havaí e sua tragicômica interação com os funcionários do lugar. Vai merecer cada prêmio que levar - e Murray Bartlett e Jennifer Coolidge saem na frente, na categoria coadjuvante, em que competem com vários colegas.
Em drama, sem uma nova temporada de "The Crown" (Netflix) - recordista de indicações no ano passado -, tivemos a terceira temporada de "Succession" (HBO). Um primor de roteiro no qual se acirrou ainda mais a disputa dos filhos pelo poder do magnata Logan Roy (Brian Cox), deixando muito pano pra manga em sua quarta temporada que vem aí.
A notar também a perda de força da Netflix, que este ano emplacou menos séries fortes do que no ano passado. Sem o blockbuster que foi "O Gambito da Rainha", recorde de views na plataforma, tivemos a longuíssima "Inventando Anna", o sucesso internacional de "Round 6" e as novas temporadas de "Ozark" e "Stranger Things", mas com poucas indicações fora da categoria principal.
Outro ponto importante é que a Apple TV+ ainda emplaca menos indicações do que poderia. A plataforma de streaming é hoje uma usina de séries, com um novo lançamento a cada semana, impossível para o espectador acompanhar. "Ted Lasso" segue consagrada em sua segunda temporada, com 20 indicações, mas descobertas como "Ruptura" ou a segunda temporada de "The Morning Show" mereciam mais holofotes.
Talvez o Emmy receba críticas este ano pelo pouco espaço às séries e talentos negros. Na falta de uma "I May Destroy You" (HBO), injustamente destronada para "O Gambito da Rainha", temos pouca coisa: Zendaya, a favorita este ano pela aguardada segunda temporada de "Euphoria" (HBO) - e o antológico episódio da fuga de casa -, e a promissora Issa Rae, a alma de uma das séries de comédia mais originais dos últimos anos, "Insecure" (HBO Max).
É sempre bom lembrar que estamos longe da era de ouro das séries que rolou há uns 20 anos, quando "24 Horas", "Lost" e "Família Soprano", entre outras, revolucionaram o modo de contar histórias na TV e iniciaram o processo de perda de prestígio e talento do cinema. Mas a TV e o streaming americano sobrevivem com bastante qualidade, mesmo num ano difícil como foi 2021. A ver quais serão os grandes consagrados na cerimônia de 12 de setembro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.