Roberto Sadovski

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Reportagem

'Os instintos primitivos nos fazem humanos', dizem astros de 'Furiosa'

Anya Taylor-Joy entrou no projeto "Furiosa: Uma Saga Mad Max" com uma missão difícil: assumir a personagem defendida de forma brilhante por Charlize Theron em 'Mad Max: Estrada da Fúria". A boa notícia é que ela foi bem sucedida. "O que Charlize fez de maneira tão bonita foi tocar na essência da personagem", diz a atriz. "Se eu me conectasse a essa mesma essência, isso seria traduzido para a tela."

Encontrar a humanidade em um universo tão grandioso foi o grande desafio não só de Anya, mas também de Chris Hemsworth, que interpreta o líder messiânico Dementus. "Eu e George (Miller, diretor do filme) conversamos sobre como inserir momentos de humanidade no personagem", lembra o astro. "Para mim, por trás de toda sua extravagância, Dementus era alguém tentando atrair atenção para si."

Furiosa e Dementus são dois produtos de uma terra devastada tentando sobreviver - a primeira, buscando se misturar nesse semblante de civilização enquanto planeja sua vingança; o segundo, oferecendo promessas de uma vida fora do deserto a seus seguidores, o que ele conseguia com uma mistura de confiança, carisma e até senso de humor.

Anya Tatlor-Joy e Chris Hemsworth falam sobre 'Furiosa: Uma Saga Mad Max'
Anya Tatlor-Joy e Chris Hemsworth falam sobre 'Furiosa: Uma Saga Mad Max' Imagem: Reprodução

O fator comum, contudo, era não perder de vista os instintos primitivos que nos tornam humanos. "Existe sempre esperança, mas no outro lado existe o ódio. Existe desejo e também necessidade", teoriza Anya. "Se tirarmos todo o resto, esses impulsos serão o que nos resta."

"O filme é um comentário sobre como pessoas respondem a circunstâncias extremas", complementa Hemsworth. "Nossas decisões só dependem de nós. Não somos definidos pelas circunstâncias. O que Furiosa e Dementus fazem, o que todos eles fazem, é tentar sobreviver em tempos de desespero."

O universo criado por George Miller ajudou seus protagonistas a abraçar essa distopia. "É a diferença entre trabalhar no fundo verde, em que precisdamos imaginar tudo, e habitar espaços em que o ambiente e os cenários também são personagens", explica o ator. "Existe uma grandiosidade, uma certa vaidade ao longo de todos os filmes que está nos penteados, na maquiagem e até em nomes de personagens como Toecutter, Master/Blaster e Humungus."

"Por mais impressionantes que os cenários fossem à distância, de perto a gente podia ver a atenção em cada detalhe", ressalta Anya. "Dá para ver esse filme várias vezes e ainda assim não perceber tudo que cada departamento fez." Ela sorri, certamente com a lembrança do belíssimo caos que foi filmar "Furiosa": "Era como ser uma criança numa loja de brinquedos, especialmente se você é apaixonado por cinema".

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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