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Todas as Flores consagra João Emanuel Carneiro como grande criador de vilãs
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Fenômeno de repercussão e crítica, Todas as Flores libera mais cinco episódios nesta quarta-feira (12), mas a novela não precisa chegar ao fim para reconhecer nela mais um grande acerto de João Emanuel Carneiro. E boa parte desse sucesso se deve ao modo bem-sucedido com que o autor consegue criar vilãs icônicas.
Este folhetim, por exemplo, já consagrou Regina Casé e Letícia Colin como grandes antagonistas da TV brasileira, mas dá um passo ainda mais longe ao apostar na dualidade de Zoé (Casé). A malvada, envolvida com tráfico humano, ama mais que tudo uma filha que havia abandonado ao mesmo tempo em que vive às turras com a outra. Tantas são as nuances da personagem que por vezes o espectador se pega compadecido ou rindo junto com ela. Já Vanessa (Colin) pisa fundo na ambição e na falta de escrúpulos, mas foge de qualquer caricatura já vista antes.
Autor de sucessos como "Avenida Brasil", João Emanuel Carneiro sabe que boa parte do sucesso de suas tramas está fundada nas vilãs que cria. Carminha, interpretada por Adriana Esteves, é constantemente lembrada até hoje como uma das grandes personagens da dramaturgia nacional e alçou a atriz a outro patamar. No horário das sete, Bárbara, vivida por Giovana Antonelli em "Da Cor do Pecado", e Leona, papel de Carolina Dieckmann em "Cobras & Lagartos", viraram figuras que a audiência amava odiar. O mesmo pode ser dito sobre Flora, de "A Favorita", que começou com ares de mocinha, mas logo viu sua máscara cair.
Não é exagero afirmar que boa parte do sucesso de Todas as Flores provém não só da construção robusta das personagens, ambiciosas e falhas, mas também do trabalho criterioso das atrizes. Ao narrar que foi abandonada criança ou gastar mais do que deve para compensar o estresse, Regina Casé consegue despertar empatia mesmo na pele de uma personagem completamente sem caráter. O mesmo ocorre com Letícia Colin, que parece se divertir tanto com as loucuras e as mentiras de Vanessa a ponto de despertar o mesmo sentimento em quem assiste.
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