Havaí aprova lei que proíbe protetores solares a fim de proteger corais

Protetor solar pode ser uma ferramenta fundamental para proteger a pele humana dos raios nocivos do sol, no entanto, por outro lado, ingredientes do produto estão fazendo mal ao meio ambiente. E agora, o Havaí resolveu fazer algo sobre isso. Um projeto de lei que proíbe protetores solares contendo oxibenzona e octinoxato - substâncias ligadas à morte de recifes de coral - pousou na mesa do governador David Ige, ganhando quase voto unânime.

Com apenas 4 dos 76 legisladores que se opõem ao projeto de lei, o Havaí estabeleceu um precedente histórico e aprovou a norma que entra em vigor em janeiro de 2021 e se aplica aos protetores solares disponíveis no mercado que contêm as substâncias químicas citadas acima. A saber: mais de 3.500 marcas populares usam oxibenzona e octinoxato.

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Estudos científicos realizados em laboratório associam essas substâncias a problemas de reprodução de corais e ao seu branqueamento, o que os deixa enfraquecidos, e com o tempo, leva à morte (fenômeno que também é desencadeado com o aquecimento das águas pelas mudanças climáticas).

Esses filtros químicos são liberados da pele a medida que as pessoas mergulham, nadam, surfam ou mergulham no mar.

Em 2016, uma equipe de cientistas americanos relatou que essas substâncias poderiam interromper o crescimento de corais, e que a oxibenzona, em particular, é tóxica para sete espécies.

Segundo o jornal americano The New York Times, estima-se que, por ano, nada menos do que 14 mil toneladas de filtro solar são depositados nos oceanos, com principais danos observados em áreas populares de corais no Havaí.

Além dos compostos químicos desses produtos, os corais da região também enfrentam outras ameaças a sua integridade, como os efeitos cada vez mais intensos do El Niño, poluentes liberados pelo descarte ilegal de esgoto e a lixiviação de resíduos agrícolas.