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Uma experiência terapêutica para um ansioso: pintar tênis em Nova York

A oficina de customização de tênis é um momento de limpar a mente, afinal, tem que se concentrar - Vladimir Maluf/UOL
A oficina de customização de tênis é um momento de limpar a mente, afinal, tem que se concentrar Imagem: Vladimir Maluf/UOL

Vladimir Maluf*

Do UOL, em Nova York

22/02/2018 04h00

Entre incontáveis atividades para se fazer em Nova York, participei de uma quase terapêutica, em Manhattan --ótima para quem curte trabalhos manuais. Mas pintar um par de tênis na experiência do Airbnb Paint Sneakers with a Fashion Designer não é exatamente uma atividade de moda.

Quando comprei a oficina de customização de tênis, achei que sairia de lá com mais um par para usar (eu sou viciado neles). Eu saí, mesmo, com os calçados, mas se eles ficaram usáveis já é outra história. Custou US$ 52, com tudo incluído, e foi bem legal. 

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Se você, como eu, não tem talento para pintura, a vantagem é a surpresa por conseguir fazer um desenho identificável: no meu caso, o Empire State Building, o edifício icônico de Nova York, com uma paisagem ao fundo, gaivota voando e tudo mais.

Oficina de pintura de tênis 2 - Vladimir Maluf/UOL - Vladimir Maluf/UOL
A turma da oficina vota e escolhe qual desenho quer fazer no tênis. A imagem eleita: o Empire State Building
Imagem: Vladimir Maluf/UOL

Para um ansioso, como eu, ficar duas horas sentado pintando me parecia difícil, mas não foi. Eu me diverti com as companhias da sala de pintura e até fiquei orgulhoso dos meus calçados novos.

Como é a oficina

Nas duas horas de experiência, o professor Vasu ensina, traço a traço, como uma pessoa sem dons artísticos pinta um par de tênis de tecido branco.

O professor da oficina, Vasu - Vladimir Maluf/UOL - Vladimir Maluf/UOL
O professor da oficina, Vasu
Imagem: Vladimir Maluf/UOL
A turma, em conjunto, escolhe o desenho. Essa parte foi um pouco frustrante: não era a imagem que eu teria escolhido. Havia outras opções para escolher. Mas democracia é assim: a maioria escolhe e a minoria respeita. Pintemos o Empire  State.

A aula começa com todo mundo vestindo um avental, sentando numa mesa coletiva, onde o professor distribui pratinhos de bolo de aniversário com varias tintas e pincéis. Também dá os pares de tênis no seu tamanho (você escolhe com antecedência o número e se quer com ou sem cadarço, direto pelo Airbnb).

A partir daí, ele ensina os passos. É uma atividade bem calma, principalmente se você comparar com o o que está lá fora: Nova York é uma loucura deliciosa. Confesso que cheguei a ficar com os olhos pesados no final da aula, mas foi relaxante.

Tentei inovar: erro!

O professor Vasu, dono do estúdio, diz que você não é obrigado a seguir os passos dele. Pode inventar o que quiser. Resolvi, então, pintar um pé com as orientações dele e o outro da minha cabeça. E o meu ficou infinitamente pior.

Pintei uma mancha abstrata que mais parecia um acidente com graxa, que o artista acabou transformando em uma imagem de espaço sideral ele mesmo. Ficou melhor e foi divertido vê-lo enxergar uma salvação em meio a tanta destruição. Eu, realmente, tinha detonado o pé esquerdo do par.

Turma gente boa

Oficina de pintura de tênis 3 - Vladimir Maluf/UOL - Vladimir Maluf/UOL
Turistas em Nova York, mas norte-americanas, as amigas ficaram orgulhosas do trabalho que fizeram
Imagem: Vladimir Maluf/UOL

Dei sorte com a turma: só gente legal. Duas das senhoras que estavam lá ficaram encantadas com o resultado e saíram orgulhosas de poder usar tênis feitos por elas mesmas. Papo bom, cafezinho com elas, algumas fotos. Ambas de outras cidades norte-americanas.

Dica extra: atividades como essa são excelentes para treinar o inglês e aprender palavras fora do vocabulário usual de turista.

Valeu a pena?

Valeu. Saí de lá com a mente mais quieta e dois pés de tênis diferentes um do outro. Curti a lembrança.

É uma questão de expectativa: eu imaginava uma oficina de moda, onde um designer daria dicas para você construir o seu calçado, único e criativo. Não é isso. É uma aula onde o artista mostra que qualquer um pode pintar (mesmo não sendo uma imagem abstrata), se seguir algumas regrinhas.

Eu, Vladimir, e meus tênis que não combinam - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Eu, Vladimir, e meus tênis que não combinam
Imagem: Arquivo pessoal
Como funcionam as Experiências do Airbnb

É simples: você busca no site e agenda uma atividade no destino escolhido, com um morador local. Tem de tudo: oficinas de arte, roteiros para quem ama comer bem, guias para bares desconhecidos dos turistas, passeios com ex-policiais para visitar pontos onde foram cometidos os crimes mais famosos da cidade...

O Airbnb lança o valor em reais no cartão, de acordo com o câmbio do dia. Tem a vantagem de não precisar pagar IOF nem ser surpreendido com uma mudança brusca na cotação no dia do fechamento da fatura.

O Airbnb oferece, hoje, 3.100 experiências, em 40 cidades de 26 países. Desde janeiro de 2017, a procura pelos serviços cresceu 20 vezes, segundo o site. O valor médio das reservas é de US$ 55. No Brasil, o sistema funciona no Rio de Janeiro desde junho. Barcelona, na Espanha, ainda é o mercado mais popular, seguido por Los Angeles, Paris, Tóquio e São Francisco. Nova York é o lançamento mais recente, ainda assim, já é a sexta cidade mais procurada para experiências no site.

*O jornalista viajou a Nova York convidado pela Avianca Brasil