Topo

Exótico ou bizarro? Hotel feito de sal é oásis no deserto da Bolívia

Os cactos gigantes são algumas das atrações do Salar de Uyuni - Renê Castro
Os cactos gigantes são algumas das atrações do Salar de Uyuni Imagem: Renê Castro

Renê Castro

Colaboração com o UOL

07/02/2018 04h00

Aventureiros de todas as partes do mundo desembarcam na Bolívia para conhecer o impressionante Salar de Uyuni, considerado o maior e mais alto deserto de sal do mundo. Localizado entre Potosí e Oruro, no sudoeste do país, perto da borda da Cordilheira dos Andes, o salar é o convite perfeito para os que desejam desbravar uma região inóspita e cheia de desafios.

No verão (entre novembro e fevereiro), as altas temperaturas são o primeiro obstáculo a superar, principalmente para os desavisados. Nem pense em passear de bermuda e camiseta pelo salar. Isso porque o reflexo do sol no sal pode causar queimaduras em qualquer parte descoberta do corpo. Nesse caso, é melhor se acostumar a passar calor e curtir a viagem sem ter de fazer curativos.

Veja também

Um passeio imperdível na região são as ilhotas dominadas por cactos gigantes, alguns com mais de 12 metros de comprimento. Vale a parada para contemplar a paisagem. A planície branca é o lugar perfeito também para fazer fotos com ilusão de perspectiva. Não estranhe se pelo caminho encontrar turistas pulando ou fazendo poses para conseguir o clique perfeito.

Com sorte é possível encontrar ainda algumas espécies de flamingos cor-de-rosa, que dão o ar da graça por conta do descongelamento das geleiras nos Andes. É na época mais quente do ano que o salar ganha grandes lagos e pequenas amostras de vida selvagem.

Dormindo em um iglu de sal

Para a experiência no Salar de Uyuni ser completa, é preciso superar paradigmas e encarar o Palacio de Sal Hotel, uma propriedade literalmente no meio do deserto que faz jus à fama. Imagine reservar um quarto em que praticamente tudo é feito de sal: teto, paredes, camas, móveis, artigos de decoração… Ao entrar no palácio, é inevitável perder alguns minutos apenas contemplando a pitoresca construção.

Fachada do Palácio de Sal é imponente e gera curiosidade - Divulgação - Divulgação
Fachada do Palácio de Sal é imponente e gera curiosidade
Imagem: Divulgação

Apesar das limitações impostas pelo conceito, o hotel oferece quartos aconchegantes e o atendimento é mais que atencioso. Não se pode dizer que a internet wi-fi é de alta velocidade, mas permite ao menos postar a aventura nas redes sociais e conversar com amigos e familiares.

A gastronomia, que há alguns anos deixava a desejar, hoje mostra-se mais profissional, com um restaurante elegante e pratos com toque de chef. O cordeiro com especiarias é a carta na manga do empreendimento para conquistar os turistas após um dia repleto de… sal.

O quarto mais simples é, de fato, um iglu de sal - Divulgação - Divulgação
O quarto mais simples é, de fato, um iglu de sal
Imagem: Divulgação

Não se pode mentir: a noite no deserto é de arrepiar. O silêncio chega a incomodar os que estão acostumados com o agito das grandes cidades, mas a proposta do hotel é exatamente essa, e por isso é tão admirado pelos viajantes. Em sites de avaliações é possível encontrar os mais diversos adjetivos para definir o palácio, mas "diferente" é o termo mais utilizado.

No quesito valores, o hotel trabalha com o argumento da exclusividade para cobrar diárias de cerca de R$ 530 por casal, com café da manhã incluído. E aí, vai encarar?

Áreas comuns são bem decoradas e revelam algumas das particularidades do hotel - Divulgação - Divulgação
Áreas comuns são bem decoradas e revelam algumas das particularidades do hotel
Imagem: Divulgação

Trajeto até o deserto

Chegar até o salar não é das tarefas mais fáceis, mas o caminho mais indicado é pegar um voo até Santa Cruz de la Sierra, feito pela Gol ou BoA, com conexão para La Paz. Outras companhias, como a Latam e Avianca, oferecem o trecho com conexão em Lima, no Peru, mas o tempo de voo aumenta bastante. 

De La Paz, é possível pegar um outro voo interno até Uyuni, que dura aproximadamente uma hora. Trem e ônibus são alternativas mais baratas, mas com duração prevista de dez horas. Independentemente da opção, saiba que o deslocamento será um pouco conturbado, por conta das condições das estradas e do avião utilizado para chegar até o deserto.

Este último pode ser definido em uma palavra: claustrofóbico. Para quem está se perguntando sobre os gastos na Bolívia, vale a informação de que o real é moeda forte diante do boliviano, facilitando a compra de suvenires e bugigangas. A memória desta aventura, porém, vale mais que qualquer artesanato.