Encontro com Bieber a jantar na Muralha da China: o mundo das viagens VIP
Acesso exclusivo para assistir ao nascer do sol no Cristo Redentor? Uma visita ao apartamento intacto de madame Coco Chanel, em Paris? Convites para a área mais VIP do show do U2, em Roma, de um dia para o outro? Um jantar privado a dois na Grande Muralha da China? Tudo isso pode ser conseguido e tem um preço, claro. Esse fantástico mundo dos viajantes AAA existe graças a concierges de luxo, que contam com uma lista de parceiros capaz de realizar os pedidos mais extravagantes.
Quem são? Do que vivem?
O perfil dos viajantes de luxo é dos mais variados. “Tem gente que faz uma viagem por ano e gasta 500 mil dólares nela, outros que viajam a cada dois, três meses e gastam menos em cada, ou ainda aqueles que viajam muito e gastam muito em todas”, explica Marina Gouvêa, CEO da Primetour, agência de viagens de São Paulo. Segundo a empresa de pesquisa de mercado YouGov, a classe de viajantes ultrarricos é daqueles com patrimônio igual ou superior a US$ 50 milhões, e esta aumentou mais de 50% desde 2010.
O que é comum à maioria? O desejo por vivências únicas, que não estão acessíveis a todos, mas que com o dinheiro e as conexões certas é possível conseguir. Em levantamento feito pela Virtuoso, rede de conexões entre viajantes e consultores presente em mais de 45 países, as principais razões que motivam essas viagens são explorar novos destinos, descanso e até crescimento pessoal. “Essas pessoas buscam experiências. Quanto custa é o menos importante”, destaca.
Seu pedido é uma ordem
A comodidade oferecida a esses clientes deixaria até Cinderela com inveja: “uma cliente tinha uma festa para ir durante uma viagem e, quando foi colocar sua roupa, percebeu que tinha esquecido o sapato que combinava com o vestido. Eis que, às 21h, abrimos uma loja para comprar o sapato que ela queria e entregamos no hotel”, conta Marina. Mas não qualquer um, “tinha que ser um sapato prateado, fechado, tamanho 37”. E mire alto na hora de imaginar a grife: “algo como Chanel, Jimmy Choo, Yves Saint Laurent”.
As cifras acompanham o tamanho dos excessos, claro. “No caso do sapato, não foi absurdo, afinal era um sapato. Nós detalhamos em uma planilha todos os custos para os clientes. Quanto a loja cobrou para abrir fora do horário, o valor do transporte, a hora do concierge, tudo entra na conta”, explica Marina. “Tem cliente que gosta de ter uma BMW da porta do hotel para uma volta na cidade, outro que quer ir ao show do Justin Bieber e ainda conhecê-lo (o "meet and greet" da "Purpose Tour" chegou a custar cerca de R$ 8 mil). Para clientes que gostam de esporte, por exemplo, já agendamos uma clínica de tênis com o Boris Becker, ou uma partida contra o Guga".
Rede de conexões
A agenda de contatos desses agentes é guardada a sete chaves, já que é um de seus bens mais valiosos, mas em casos de dificuldade, eles se lançam de algumas cartas na manga. "Utilizamos sempre as revendas oficiais para a compra de eventos específicos. Porém, em alguns casos de dificuldade, contamos com a ajuda la Le Clefs d’Or, sociedade de concierges e suas conexões no mundo todo", revela Marcelo Di Palma, diretor de operações da Ikê Assistência, empresa que presta serviço de concierge para clientes como Zurich, Citibank e Mastercard.
Entre os pedidos, não faltam solicitações de reservas em restaurantes com estrelas Michelin -- inclusive com direito a conhecer o chef depois do jantar --, ingressos para shows e eventos esportivos nas áreas mais VIP, acesso às primeiras filas dos principais desfiles das semanas de moda e até uma mãozinha na hora de fazer um pedido de casamento. "Já auxiliamos um pedido de casamento durante um voo de balão em Barcelona e outro num passeio de gôndola em Veneza", lembra Marcelo. "Já ajudamos um cliente a voar em um caça de guerra na Itália e outro a entrar no camarim do Andrea Bocelli", conta.
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