Com rota para a África, Boeing Dreamliner começa a voar no Brasil
A companhia aérea Ethiopian Airlines completa nesta segunda-feira (1º) o voo inaugural da operação que, a partir desta semana, começará a conectar o Brasil à Etiópia, no leste do continente africano. As viagens serão feitas a bordo de aviões 787-8 Dreamliner, modelo que é um dos últimos lançamentos da Boeing e que ainda não havia sido utilizado dentro do território nacional.
Realizada três vezes por semana, a nova operação ligará São Paulo à capital etíope, Adis Abeba, e, no caminho, aterrissará na cidade de Lomé, no Togo (onde poderão ser feitos desembarques). Os voos para a Etiópia sairão de Guarulhos à 1h15 das terças, quintas e domingos, e terão duração de quase 13 horas.
No sentido inverso, as aeronaves decolarão do país africano às 10h45 das segundas, quartas e sábados, e, além de pousar no Togo, irão fazer uma parada no Rio de Janeiro (onde serão efetuados desembarques). Esta jornada somará 16 horas de duração.
O 787 da Ethiopian tem capacidade para comportar até 270 passageiros (246 na classe econômica e 24 na executiva). Passagens de ida e volta podem ser encontradas por US$ 1.399 (mais taxas de US$ 100 por trecho).
Dreamliner
Lançado pela Boeing como uma aeronave de tecnologia de ponta, o Dreamliner apresentou, no começo deste ano, problemas de superaquecimento em suas baterias de íon-lítio durante alguns voos. Devido aos incidentes, o modelo foi proibido pela FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos) de sair do solo por três meses, até que soluções técnicas fossem encontradas, o que causou prejuízos milionários à Boeing (que investira mais de US$ 20 bilhões para desenvolver o avião).
O 787 Dreamliner é montado na fábrica da Boeing da cidade de Everett, no noroeste dos EUA. Ao todo, 57 unidades do modelo estão voando, e outras 930 já foram encomendadas
No final de abril, a Ethiopian foi a primeira empresa a retomar os voos com o Dreamliner, que ainda é considerado um dos jatos mais modernos da atualidade. Feito parcialmente com fibra de carbono, o modelo consome 20% menos combustível que aviões de tamanho similar, apresenta compartimentos de bagagens maiores e tem um interior com design moderno e com luzes de LED, que mudam de cor de acordo com o momento do voo. Suas janelas são 30% maiores que a média e, com um botão, os passageiros podem ofuscá-las e regular a quantidade de luz que as atravessa.
De acordo com a Boeing, mesmo com o voo em altitude de cruzeiro, a sensação que os passageiros têm dentro do avião é a de que estão a cerca de 1800 metros de altitude, o que diminui a probabalidade do surgimento de desconfortos como dores de cabeça e sensação de fadiga nos viajantes. O sistema “Smoother Ride Technology” (algo como “Tecnologia de Percurso Mais Suave”), por sua vez, promete aumentar a estabilidade do Dreamliner em momentos de turbulência, enquanto o sistema acústico do avião deve deixar a cabine mais silenciosa.
Mesmo com os problemas ocorridos com o Dreamliner, o presidente da Ethiopian Airlines, Tewolde Gebremariam, é enfático ao defender o uso da aeronave (sua companhia já opera cinco unidades do modelo): “o Dreamliner é a aeronave comercial mais avançada do mundo e vai permitir que os passageiros desfrutem de muito conforto a bordo”, afirma ele.
Atualmente, há 57 aeronaves 787 Dreamliner voando ao redor do mundo e outras 930 já foram encomendadas. Entre as outras companhias aéreas que adquiriram o modelo estão a LAN, a Air Canada, a AeroMexico, a Air France, a British Airways e a American Airlines.
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