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Testes de covid-19 deixam de ser gratuitos para turistas de passagem pela França

França era um dos raros países na Europa a ofertar testes de Covid gratuitos para todos, inclusive viajantes estrangeiros - Reuters
França era um dos raros países na Europa a ofertar testes de Covid gratuitos para todos, inclusive viajantes estrangeiros
Imagem: Reuters

02/07/2021 16h27

O governo francês decidiu cobrar pelos testes de covid-19 feitos em turistas ou viajantes de passagem pelo país. O exame era gratuito para todos, diferentemente do que acontece nos vizinhos europeus.

Paris decidiu que todos os testes de detecção da covid-19 feitos em turistas estrangeiros passarão a ser pagos a partir de 7 de julho. O procedimento terá um custo de 49 euros (R$ 290) para os testes PCR e 29 euros (R$ 173) para os antígenos. "É uma questão de reciprocidade, já que os testes são cobrados na maior parte dos países para os franceses", informou esta semana o porta-voz do governo, Gabriel Attal.

Atualmente, os testes de detecção do tipo PCR ou antígeno são gratuitos para todos na França, inclusive para os turistas. Qualquer um pode, sem apresentar pedido médico ou qualquer documento, fazer o exame nas inúmeras tendas montadas nas ruas das cidades, ao desembarcar nas estações de trem ou em aeroportos. O teste é custeado pelo sistema público de saúde francês.

Já quem faz esse mesmo tipo de procedimento em outros países europeus têm que abrir a carteira. Na vizinha Alemanha o teste custa no mínimo 50 euros (cerca de R$ 300), enquanto na Áustria o procedimento pode chegar a 150 euros (R$ 900). Uma diferença que começa a pesar nos cofres franceses, principalmente com a chegada da temporada de férias e o aumento de número de turistas entrando no país. Sem contar com as inúmeras pessoas que vivem em regiões fronteiriças e que adotaram no cotidiano uma espécie de "turismo do teste".

Menos testes e mais vacinas

O governo francês também cogita a hipótese de tornar os testes pagos para todos, inclusive franceses e residentes no país. O objetivo seria evitar o que as autoridades do país chamam de "teste de conforto": quando uma pessoa não se vacina e multiplica o número de testes para checar que não foi contaminado pelo vírus ou para ter acesso a eventos públicos ou ao passe sanitário para viajar.

A decisão vai depender do avanço da campanha de vacinação, mas as autoridades não descartam usar essa medida como forma de incitar aqueles que ainda resistem à imunização.

Mais da metade da população adulta francesa já recebeu a primeira dose da vacina anticovid, e mais de um terço já foi totalmente imunizada. No entanto, vária categorias da população resistem à vacinação, cenário preocupante especificamente entre profissionais de saúde. Uma situação que levou o governo a lançar em debate um projeto de lei visando tornar a vacinação obrigatória para médicos, enfermeiros e cuidadores das casas de repouso para idosos.