Nos seios, só uma pena: conheça o estilista por trás do look da temporada
Neste ano, um dos looks mais impactantes usados em um tapete vermelho foi vestido por Hunter Schafer. A atriz deu o que falar e engajou as páginas das redes sociais ao surgir em um evento da Vanity Fair, nos Estados Unidos, com um look minimalista, porém revelador.
Com todas as peças na cor branca, o visual era composto por um top — que imitava uma pena e cobria os seus seios — e um vestido de seda, que se desenhava no seu corpo até chegar com a intensidade de uma nuvem ao chão.
O look foi criado por Ludovic de Saint Sernin, da marca belga Ann Demeulemeester, e faz parte da coleção de Outono 2023 da grife, visada como um dos nomes em ascensão no mercado de moda para esse ano.
A Demeulemeester, ao lado da Khaite e Magda Butrym, eram as promessas para "ficar de olho", em relatório publicado pela Lyst, que avalia as pesquisas feitas na internet a respeito das marcas.
Há, entretanto, uma reviravolta: Ludovic deixou a direção criativa da casa de moda na semana passada.
O comunicado veio como uma surpresa — ainda mais levando em conta os números de sucesso alcançados pelo designer. De acordo com o "Business of Fashion", problemas gerenciais repercutiram para a saída dele — algo que não é novo no universo da moda.
Há demissões em massa envolvendo os nomes que, há pouco, assumiram grandes etiquetas com o intuito de trazer um olhar jovem para elas. Entre os exemplos, estão os rompimentos da Rhuigi Villasenor com a Bally; Charles de Vilmorin e a Rochas; Benjamin Alexander-Huseby e Serhat Isik e a Trussardi; e o fim do relacionamento de Bruno Sialelli com a Lanvin. Tudo isso em dois meses.
Quando assumiu a Demeulemeester, Ludovic carregou junto à admissão o papel de promessa: "Sensualidade, tensão, silhueta, fluidez, selvageria e um toque gráfico são pilares definidores da linguagem que Ludovic de Saint Sernin está prestes a construir ao traçar o novo rumo de Ann Demeulemeester".
O designer ficou na marca por apenas uma temporada, sendo que a sua admissão foi anunciada em dezembro de 2022.
A promessa cumpriu a dívida, apesar de sua despedida da casa de moda. Além dos dados de ascensão e de vestir Hunter Schafer, o diretor criativo também convenceu uma das modelos mais famosas do mundo atualmente a vestir suas roupas, Kendall Jenner.
A irmã do clã Kardashian-Jenner conquistou chamadas de "encontrar o vestido perfeito para a Primavera", como anunciou a "Vogue" norte-americana, ao surgir com a peça de Ann Demeulemeester, toda na cor cinza e justa à silhueta.
Antes disso, Jenner já apareceu duas vezes usando criações de Saint Sernin: sendo uma delas em cliques no Instagram, com saia longa de seda marrom e top marrom coberto de pelo desgrenhado, e outra vez com um look transparente, na cor preta, durante uma festa em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Ludovic Saint Sernin e seu legado na Ann Demeulemeester
Uma temporada não é exatamente o melhor tempo hábil para se mostrar os possíveis desdobramentos do processo criativo por trás de uma marca. Entretanto, no desfile de Outono 2022, sua apresentação foi marcada pelo encontro dos dois extremos: o primeiro look, à exemplo disso, era igual ao último.
As cores o diferenciavam, do branco — o mesmo utilizado por Hunter Schafer — ao preto. "É a minha forma de dizer que após este primeiro passo estarei abrindo minhas asas e então poderei me expressar", disse ele sobre.
Para esse trabalho, Saint Sernin mergulho no trabalho feito por Demeulemeester. Pediu looks de acervo e os vestiu para que pudesse, assim, criar a sua interpretação ao experimentar o caimento, os cortes e o que aquelas roupas agregariam ao seu corpo. Ou melhor, aos corpos que as vestiriam futuramente.
As roupas eram, em sua grande maioria, de seda — tecido que permite uma fluidez como poucos fazem. Ainda além, eram atrevidas.
Muitas das modelos não vestiam tops, camisetas, camisas ou jaquetas, usavam os próprios braços para cobrir os seios "como uma pomba", argumentou Ludovic.
A ousadia cruzava ainda mais barreiras. A transparência se fez presente em três looks, que deixavam os mamilos à mostra sem pudor.
Em relação aos tecidos, existia um contraste entre o leve e o encorpado. A seda e os outros materiais com transparência garantiam um efeito sexy e, junto a esses, o couro — presença forte também na passarela — carregava consigo expressão se sexualidade, fosse em vestidos com decotes cruzados ou na alfaiataria desenhada ao corpo.
Sendo essa a primeira e a última apresentação de Ludovic Saint Sarnin para a Demeulemeester, restam duas perguntas: Saint Sarnin focará na sua própria marca? E quem dará sequência à Demeulemeester?
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