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Recuperação do número de passageiros pré-pandemia deve acontecer em 2024

A IATA concluiu que a onda provocada pela variante ômicron não altera os cenários já calculados em novembro de 2021 - Getty Images/iStockphoto
A IATA concluiu que a onda provocada pela variante ômicron não altera os cenários já calculados em novembro de 2021 Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Nossa

03/03/2022 16h40

O retorno aos níveis de viajantes aéreos de 2019 deve acontecer apenas em 2024. A conclusão é de um estudo conduzido pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) divulgado nesta quinta-feira (3).

A organização, que monitora o avanço da covid-19, concluiu que a onda provocada pela variante ômicron não altera os cenários já calculados em novembro de 2021 que também sinalizavam para um volume total de 4 bilhões de passageiros aéreos em doze meses — cerca de 103% do índice registrado antes da pandemia — daqui a dois anos.

"A trajetória da recuperação do número de passageiros após a crise da covid-19 não sofreu alteração com a ômicron. As pessoas querem viajar. E quando as restrições de viagem são revogadas, elas voltam a voar. Ainda há um longo caminho a percorrer para chegar a uma situação normal, mas a previsão de evolução do número de passageiros é uma boa razão para estarmos otimistas", acredita Willie Walsh, diretor-geral da IATA.

Em 2021, o número total de passageiros correspondeu a 47% dos níveis de 2019. Espera-se uma recuperação ainda maior em 2022, atingindo uma taxa de 83%. Em 2023, o cenário projetado é de 93% do volume de viajantes de 2019, já em 2024 este índice seria de 103% e, em 2025, 111%.

No mercado internacional, houve 27% dos viajantes de 2019 no último ano. Estes números devem atingir 69% em 2022, segundo estimativas da associação, cerca de 82% em 2023 e 92% em 2024. Portanto, a recuperação total do fluxo aéreo internacional só aconteceria em 2025, quando deve-se atingir 101% dos passageiros que voaram antes da covid-19.

Descompasso em diferentes partes do mundo

A recuperação segue em diferentes ritmos ao redor do globo devido às restrições de circulação impostas por cada governo para combater o vírus. Enquanto a América do Norte teve forte desempenho no último ano e espera-se que já atinja 94% dos níveis pré-pandemia ainda este ano, à frente de todas as outras regiões, a Ásia e o Pacífico caminham a passos lentos.

Com diversas nações impondo ainda fortes bloqueios para manter políticas de "covid zero" em seus territórios, a IATA estima que esta porção do mapa alcance apenas 68% do número de viajantes de 2019 durante o ano de 2022. A recuperação total chegaria apenas em 2025, quando 109% dos passageiros anteriores à pandemia devem voar.

A facilitação de protocolos de viagem é fator determinante para a recuperação do setor - Jacoblund/Getty Images/iStockphoto - Jacoblund/Getty Images/iStockphoto
A facilitação de protocolos de viagem é fator determinante para a recuperação do setor, acredita a IATA
Imagem: Jacoblund/Getty Images/iStockphoto

África também caminha devagar devido aos baixos índices de vacinação, segundo a associação, e deve atingir 76% de sua circulação anterior ao SARS-CoV-2 em 2022. O Oriente Médio se recupera um pouco mais rápido e deve alcançar 81% este ano. Já a Europa deve somar 86% dos viajantes de 2019 em 2022, graças ao seu forte mercado de viagens curtas, dentro do bloco.

Ao lado da América do Norte, a América Latina também impulsiona o retorno às viagens: este ano deve ter forte circulação em toda a região. O número de passageiros de 2019 deverá ser ultrapassado em 2023 na América Central (102%), em 2024 na América do Sul (103%) e em 2025 no Caribe (101%).

Conflito entre Rússia e Ucrânia

A IATA estima que a Guerra na Ucrânia não prejudique a retomada do turismo. "Em geral, o transporte aéreo é resiliente a conflitos, então é improvável que isso afete o crescimento de longo prazo do transporte aéreo", pontuou o relatório da associação.

"É muito cedo para estimar quais serão as consequências de curto prazo para a aviação, mas é claro que existem riscos, principalmente nos mercados expostos ao conflito", ponderou ainda.