Topo

Artista explora peças de cerâmica "sem forma" com mais intuição que função

O arquiteto Andrei Detoni encontrou na cerâmica com formas indefinidas um meio de expandir seus trabalhos. Na foto, um ambiente de Nildo José na CasaCor SP - Caroline Kincheski/Divulgação
O arquiteto Andrei Detoni encontrou na cerâmica com formas indefinidas um meio de expandir seus trabalhos. Na foto, um ambiente de Nildo José na CasaCor SP Imagem: Caroline Kincheski/Divulgação

Carol Scolforo

Colaboração para Nossa

15/02/2022 04h00

Frida Não Late

Frida Não Late

Quem é

Andrei Detoni é formado em arquitetura e estudou cerâmica contemporânea. Atua como ceramista e dirige seu ateliê, Frida Não Late, em Florianópolis, SC

No máximo uma vez ano ouve-se um latido de Frida. Uma constatação divertida que se tornou inspiração suficiente quando Andrei Detoni decidiu nomear seu ateliê de cerâmica experimental em Florianópolis, Santa Catarina, o Frida Não Late (@fridanaolate). Juntando liberdade ao silêncio da cadela adotada, ele toma a argila nas mãos para criações robustas.

Formado em Arquitetura, Andrei estudou cerâmica contemporânea e começou a explorar o caminho das "não-coisas".

"A ideia é que a forma transcenda a função e que o fazer seja prazeroso", diz ele, que viu seu ateliê se movimentar bastante, ultimamente.

Caiu nas graças de arquitetos como Nildo José, que expôs suas peças em uma estante na CasaCor SP de 2021 e a arquiteta Carolina Maluhy usar suas esculturas para expor joias em uma loja de moda incensada em Belo Horizonte.

Processo de criação das obras - Caroline Kincheski/Divulgação - Caroline Kincheski/Divulgação
Processo de criação das obras
Imagem: Caroline Kincheski/Divulgação
Cerâmicas ganharam a atenção de arquitetos - Caroline Kincheski/Divulgação - Caroline Kincheski/Divulgação
Cerâmicas ganharam a atenção de arquitetos
Imagem: Caroline Kincheski/Divulgação

Tudo isso com a cerâmica, que marcou sua vida desde a infância — ele cresceu vendo a mãe, artista plástica, moldar a argila.

"Lembro de ficar curioso sobre aquela transformação. Mais tarde, com as experiências vindas da arquitetura e do design de produtos, eu busquei algum meio que fosse fácil expressar tridimensionalmente minhas ideias e a cerâmica se tornou conveniente. Acho que não vou parar por aqui", diz.

Andrei não engessa seu fazer manual. Algumas séries utilizam moldes, outras são de construção intuitiva. Todas elas precedem pesquisa e coleta de referências visuais, para depois se transformarem em um projeto — coisa que ele trouxe da arquitetura.

Como toda peça de cerâmica, o processo de execução é lento. "Passo 25 dias acompanhando essa evolução, cobrindo partes, deixando outras expostas, borrifando água. É uma relação de dependência. Meu prazo de produção mínimo é de 60 dias", conta.

Esculturas criadas pelo artista Andrei Detoni  - Caroline Kincheski/Divulgação - Caroline Kincheski/Divulgação
Esculturas criadas pelo artista Andrei Detoni
Imagem: Caroline Kincheski/Divulgação
Obras levam mais de dois meses para serem concluídas - Caroline Kincheski/Divulgação - Caroline Kincheski/Divulgação
Obras ficam prontas em mais de dois meses
Imagem: Caroline Kincheski/Divulgação

Sobre as formas amórficas que surgem, é onde está o sentido de tudo. O ateliê até cria itens funcionais, mas a vocação é mesmo das peças sem função.

O maior desafio do arquiteto, afinal, foi fazer um bule. "É bem rápido de ser produzido, mas extremamente difícil de fazer funcionar. Precisei repeti-lo inúmeras vezes, aprimorando detalhes. Até hoje não estou satisfeito", ri.

@s que me inspiram

@mercado__livre

“Ultimamente estou alucinado por net.art e arte pós internet. Esse perfil me mostra isso em muitas imagens.”

@renhangrenhang

“Gosto da estética e conteúdo do trabalho do fotógrafo Ren Hang. Apesar de ser um perfil que não é mais atualizado desde sua morte, acesso eventualmente.”