Topo

BRIFW

Brazil Immersive Fashion Week


Moda nas telas: como os tecidos serão afetados pelos desfiles virtuais?

Divulgação/BRIFW
Imagem: Divulgação/BRIFW

Aline Fava

Colaboração para Nossa

09/11/2020 14h33

Quem acompanhou a primeira semana de moda imersiva da América Latina, a BRIFW, no sábado (07), pode ver roupas digitais, modelos virtuais, cenários texturizados e outros avanços tecnológicos que estão rolando nos desfiles de moda.

Com as coleções em andamento em todo o mundo e as apresentações híbridas entre físicas e virtuais ficando mais sofisticadas em termos de tecnologia, qual tem sido a reação da indústria têxtil e como, a partir dessa experiência de apresentação pela tela, os tecidos e as cores serão afetados?

Esse foi o tema de um dos Immersive Talks da BRIFW que rolou nesse domingo (08). "Têxteis de luxo, mundo imersivo: entre tradição e ruptura", que contou com a participação de Pascaline Wilhelm, diretora de moda da Première Vision Group, tradicional feira parisiense de têxteis, design e insumos para o mercado da moda e da decoração.

"Eu acho que a revolução já começou com todos os e-commerces. O visual vai continuar sendo importante quando formos escolher uma roupa em uma loja online, nós temos o recurso da lupa que nos diz como é o produto", disse Pascaline.

E como isso se reflete nas tramas e estampas? Pascaline explica: "Como nós vimos nas últimas edições, estruturas, armaduras um pouco maiores, as diagonais do jeans são um pouco mais exageradas, o xadrez é um pouco maior, os desenhos precisam ser reconhecidos".

Assim como vários eventos de moda, a Première Vision, que acontece duas vezes ao ano, teve que se adaptar em 2020 e, pela primeira vez, desde 1973, foi realizada de maneira virtual. No ramo têxtil, há uma outra preocupação com o digital: como transmitir a sensação do toque? É possível alguma tecnologia substituí-lo?

BRIFW - NOUS - Divulgação/BRIFW - Divulgação/BRIFW
Imagem: Divulgação/BRIFW

A diretora de moda falou sobre isso: "Com as mãos, a gente aprendeu a reconhecer as coisas. Aprendeu a apreciar a fluidez, a descobrir as gradações de suavidade e até a encontrar defeitos imperceptíveis. E, hoje, temos a imagem, o som, tem o 3D, nós abrimos um novo campo de criação para fazer entender e para dar vontade de se apropriar desse produto, tecido, couro ou novidades incríveis".

Apesar de otimista, Pascaline admite que ainda há muito trabalho pela frente: "Nós ainda estamos no início. O 3D atualmente não é muito bom, não transmite emoção, mas nós vamos chegar lá. Ainda há muito trabalho, mas o fato de que hoje existe esse acelerador gigantesco, da apropriação do digital, necessariamente, vai trazer à tona todo tipo de talento criativo".

Confira o talk completo e outras conversas que rolaram neste domingo (08):