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Itália começa série de flexibilizações para volta à normalidade

O uso de máscaras não será mais obrigatório em locais abertos como a Praça São Marcos, em Veneza - Manuel Silvestri/Reuters
O uso de máscaras não será mais obrigatório em locais abertos como a Praça São Marcos, em Veneza Imagem: Manuel Silvestri/Reuters

da ANSA, em Roma

11/02/2022 10h00

A partir desta sexta-feira (11), a Itália começa a aliviar as restrições sanitárias contra a disseminação da covid-19 para um retorno gradual à normalidade.

A ideia do governo é ir afrouxando as medidas até o dia 15 de junho, quando cairá a obrigatoriedade de vacinação para os maiores de 50 anos.

A partir de hoje, máscaras de proteção facial não são mais obrigatórias ao ar livre — exceto em situações de grande aglomeração — e as casas noturnas poderão reabrir. Como orientação, o governo pede que os cidadãos sempre tenham os itens de proteção consigo para evitar maiores problemas.

O decreto para uso de máscaras em locais abertos foi firmado pela primeira vez em 13 de outubro de 2020, ainda quando o premiê era Giuseppe Conte, e chegou a ser afrouxado em 2021.

Porém, com o surgimento e a intensidade da variante ômicron, a obrigatoriedade foi reestabelecida desde o fim do ano passado.

Já no caso das casas noturnas, a entrada só será permitida para pessoas que apresentarem o "super passe verde", o certificado sanitário que atesta se houve a vacinação completa ou a cura da doença há, no máximo, 180 dias. Pessoas só com teste negativo não serão aceitas.

Se a discoteca for em local fechado, será obrigatório o uso de máscara e a capacidade deve ser de 50%; se for em área aberta, não é mais necessário usar a proteção e a capacidade de público é de até 75%.

A próxima "grande data" do calendário é o dia 31 de março quando, após mais de dois anos, deverá deixar de vigorar o estado de emergência, imposto no início de março de 2020.

Caso isso ocorra, como é a previsão do Ministério da Saúde, a vida praticamente volta ao normal com exceção da necessidade de vacinação para os mais velhos e da apresentação do certificado sanitário para algumas atividades em locais fechados que geram aglomeração.

"Acredito que a partir de março a gente possa prever a diminuição do passe verde, gradualmente, começando pelos locais abertos", disse o subsecretário da Saúde, Andrea Costa. Já outro secretário da mesma pasta, Pierpaolo Sileri, é um pouco mais cauteloso, mas confirma que "haverá uma revisão do sistema" em breve.

As regiões pressionam para a retirada da exigência do "super passe verde" porque, segundo o presidente da Conferência das Regiões, Massimiliano Fedriga, "a pandemia está diferente, a situação é muito diferente, e o vírus é diferente".

Também em março, em datas ainda provisórias, haverá a liberação da capacidade nos estádios esportivos, de até 75%, em 1º de março, e a autorização para que as pessoas possam visitar parentes em hospitais por até 45 minutos (10 de março).

Após bater recordes quase diários de casos na metade de janeiro, a Itália registra uma queda na média móvel de contágios há mais de 15 dias, mostrando que a ômicron perdeu força. Também as mortes, que normalmente demoram algumas semanas a mais para subirem em relação aos contágios, estabilizaram com tendência de queda.

E, mesmo com os casos em patamares não vistos em 2020 e 2021, a vacinação é a grande responsável para a redução das regras sanitárias, já que houve uma queda de 94% nos casos graves.

Segundo dados do Ministério da Saúde atualizados nesta sexta-feira, 91,04% da população com mais de 12 anos já iniciou o ciclo de imunização; 88,42% receberam duas; e 84,2% as três.

Entre as crianças de cinco a 11 anos, que começaram a ser vacinadas em dezembro do ano passado, 35,4% já tomaram a primeira dose e 22,1% a segunda.