Topo

Waldemar: Não saí com Oswaldo em 2003 por ser CLT e ter salários atrasados

Do UOL, em São Paulo

09/04/2021 04h00

Em outubro de 2003, Oswaldo de Oliveira anunciou a saída do cargo de técnico do Flamengo, após uma vitória em clássico diante do Vasco, por um descontentamento com a gestão do clube. O substituto apontado pela diretoria foi seu irmão Waldemar Lemos, na famosa entrevista coletiva que viralizou com torcedores gritando "Fora, Waldemar", além da alegação de que Oswaldo comandaria o time pelo telefone. Mas o que levou o então auxiliar a aceitar o cargo em meio a tantos problemas em vez de sair com o irmão? A resposta é: dinheiro a receber.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do UOL Esporte, Waldemar explica que optou por permanecer pelo fato de seu registro com o clube era em regime de CLT e o Flamengo, em um cenário muito diferente do atual, tinha dívidas com o então auxiliar, que havia trabalhado no clube anteriormente, antes de aceitar um chamado para trabalhar ao lado de Oswaldo.

"Fui convidado pelo meu irmão a trabalhar com ele no Fluminense e dali eu comecei, quando em 2003 eu tive que substitui-lo, eu não saí do Flamengo junto com ele porque eu era CLT e tinha salários atrasados. Eu não podia largar o trabalho, e aí eu já estava trabalhando como coordenador da base do Flamengo também. Tudo por causa do meu interesse de sempre trabalhar com a base, e aí os jogadores do Flamengo quiseram que eu assumisse o time e que eu não saísse", conta Waldemar.

"Como o Flamengo tinha uma dívida comigo, eu comecei a trabalhar e querendo sempre retornar e foi o que aconteceu, a trabalhar com meu irmão em 2004 no Corinthians, e levei o Flamengo até o final do campeonato, em dezembro, colocando uma quantidade de jogadores do sub-20 do Flamengo para jogar e ali nessa passagem", completa.

Foi então que surgiu o anúncio pelo dirigente Eduardo Moraes, o Vassoura, do Senhor Waldemar como técnico, em meio ao apoio dos jogadores e reclamação de torcedores. Prevaleceu a vontade de atletas como Edilson e Léo Moura para a permanência até o final do Brasileirão, quando o Flamengo terminou a primeira edição dos pontos corridos em oitavo lugar, com 60% de aproveitamento sob o comando do técnico nas últimas dez partidas. Isso rendeu um novo chamado do clube em 2006, passando a atuar em carreira solo.

"Deu essa situação de rebeldia da torcida, porque eles queriam, você deve entender muito bem que torcida, muita gente de imprensa e tal tem interesses em algumas coisas dentro do futebol e não queriam que eu continuasse, mas foi um pedido, uma exigência mesmo dos jogadores, o Edilson, o Felipe, César, Fernando, Léo Moura, uma quantidade de jogadores que queriam que eu continuasse e foi assim que aconteceu", afirma Waldemar.

"Eu fui embora, voltando em 2006, a pedido também dos jogadores, que já que o Flamengo estava para descer a divisão no Campeonato Carioca e muito mal no cenário nacional, e como eu tinha conseguido um êxito, a gente tinha feito um trabalho legal, os jogadores 'se ninguém dá jeito, vamos trazer ele', e foi assim. Aí eu voltei em 2006 e dali eu fui embora sozinho", completa.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.