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Presidente da Liga diz que time espanhol comprou jogo para não cair em 2011

Javier Tebas chega ao tribunal para testemunhar sobre Levante x Zaragoza de 2011 - EFE/ Manuel Bruque
Javier Tebas chega ao tribunal para testemunhar sobre Levante x Zaragoza de 2011 Imagem: EFE/ Manuel Bruque

Da EFE

Em Valência (Espanha)

18/01/2016 16h42

Javier Tebas, presidente da Liga de Futebol Profissional (LFP) da Espanha, entidade responsável pela primeira e segunda divisões no país, se mostrou absolutamente convencido que o resultado da partida entre Levante e Zaragoza, válida pela última rodada do Campeonato Espanhol de 2010-2011, foi manipulado pelos dois clubes.

"A verdade é que se tentou manipular e se manipulou a partida. Outra coisa é falar que o que ocorreu é suficiente para haver uma condenação jurídica", disse Tebas durante depoimento à Justiça de Valencia nesta segunda-feira, dentro das investigações de sobre o caso, aberto após denúncia da própria LFP.

"Sei muito bem a verdade real e a agora a verdade jurídica será provada. Acredito que há fatos determinantes. Sobretudo, a movimentação de dinheiro dos jogadores do Zaragoza. A informação que temos, e que confirmei, é que chegou aos jogadores do Levante um pedido para perder a partida", denunciou Tebas.

"Só tenho uma conclusão. Ou o dinheiro que os jogadores tiraram foi para comprar a partida com seu presidente (Agapito Iglesias, então presidente e dono do Zaragoza)", revelou o dirigente. "Há um crime de manipulação de partida ou há um de apropriação indébita, mas, em qualquer caso, há algo delitivo", completou.

Segundo o diretor da LFP, ele soube da tentativa de manipulação dias antes do jogo, quando recebeu uma ligação de Augusto César Lendoiro, então presidente do Deportivo La Coruña, clube que caiu para a segunda divisão depois de o Zaragoza conseguir se salvar.

Lendoiro soube do esquema por Sergio González, jogador do Levante e que tinha passagem pelo La Coruña. "Lendoiro me ligou e disse: 'Javier, parece que vão manipular a partida'", afirmou Tebas.

A mesma denúncia foi feita ao presidente da LFP pelo executivo-chefe do Villarreal, Fernando Roig Negueroles, um ano depois. "Eu não inventaria uma decisão sem saber que foram sacados mais de 1 milhão de euros em dinheiro. Alguém tinha me contato, os mesmos jogadores que contaram que foi para pagar a partida. Eu afirmou que existe um documento no qual Gabi, capitão do Zaragoza, assinou o recebimento de algumas gratificações ao elenco e muitos jogadores dizem que não receberam esse dinheiro", recordou.

"Houve jogadores que disseram, por meio de terceiros, que cobraram para perder a partida. Ou os jogadores e o Agapito ficaram com o dinheiro ou foram comprar algo, que é o que acho que ocorreu".

"Há uma acumulação de indícios e tudo isso tem ligação, na minha opinião. A juíza pode ter outra opinião, mas acredito que é preciso somar todos os indícios existentes", afirmou Tebas.

O presidente da LFP disse que Iglesas e os jogadores envolvidos no caso tem a "mesma responsabilidade no caso. Além disso, descartou que o Zaragoza tenha mudado de direção para inocentar o clube no caso.