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Venda do United pode ser a maior da história; veja valores e interessados

Vista geral do Old Trafford, estádio do Manchester United, na Inglaterra - Alex Livesey/Getty Images
Vista geral do Old Trafford, estádio do Manchester United, na Inglaterra Imagem: Alex Livesey/Getty Images

22/03/2023 18h05

Depois de uma primeira rodada cautelosa de ofertas, os candidatos à compra do Manchester United, entre eles o milionário britânico Jim Ratcliffe, devem apresentar nesta quarta-feira uma segunda proposta que precisa se aproximar dos US$ 7,35 bilhões (R$ 38,6 bilhões, na cotação atual) para satisfazer os atuais proprietários do clube, a família Glazer.

Essa quantia, fixada especialmente após a assessoria do banco americano Raine - responsável pela venda -, certamente não será alcançada quando o prazo expirar às 21h (horário da Inglaterra, 18h de Brasília).

Na primeira rodada de ofertas, em meados de fevereiro, as duas principais foram as do presidente do Qatar Islamic Bank (QIB), o xeque Jassim Bin Hamad Al Thani, e a de Ratcliffe, proprietário do grupo petroquímico Ineos, que avaliaram o clube em cerca de US$ 5,5 bilhões (aproximadamente R$ 29 bilhões).

Segundo a imprensa inglesa, as ofertas devem passar desta vez dos US$ 6 bilhões (R$ 31,5 bilhões), depois que os principais candidatos visitaram as instalações do clube e se reuniram com a diretoria no final da semana passada.

Essa quantia seria uma barreira simbólica superada, já que constituiria o maior já oferecido por um clube de esporte coletivo no mundo, mas ainda assim estaria abaixo do que pretendem os Glazer, o que deixa o processo incerto.

Jim Ratcliffe, dono da Ineos, fez uma proposta tardia de mais de R$ 25 bilhões pelo Chelsea - Bryn Lennon/Getty - Bryn Lennon/Getty
Jim Ratcliffe, um dos interessados em comprar os Red Devils
Imagem: Bryn Lennon/Getty

Mais candidatos

Os dois principais candidatos à compra são conhecidos, mas também parece haver outras propostas sobre a mesa, embora não necessariamente para tomar o controle do clube.

Segundo a rede de televisão Sky Sports, haverá "pelo menos cinco ofertas e talvez até oito", sem especificar a identidade desses potenciais compradores nem o valor que ofereceriam.

Na primeira rodada de ofertas, o fundo de investimentos americano Elliott, ex-proprietário do Milan, teria se oferecido para ajudar no financiamento total ou parcial de uma compra. É possível que outros fundos, especialmente americanos, entrem em cena.

Os Glazner, pelo menos Joel e Avram (copresidentes do Manchester United), nunca descartaram a possibilidade de continuar e não vender, apesar de sua grande impopularidade.

Se encontrarem um colaborador financeiro para adquirir as ações de seus quatro irmãos e irmãs, investir massivamente no estádio e no clube e disposto reduzir ou quitar os 580 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões) em dívidas do clube, eles poderão até descartar as ofertas por considerá-las insuficientes.

As declarações de Jim Ratcliffe na terça-feira ao Wall Street Journal parecem reduzir suas chances nesta corrida.

"O que não se pode fazer é pagar quantias absurdas por coisas pelas quais você vai se arrepender depois", disse o milionário sobre uma eventual compra do clube, do qual é torcedor.

Problemas bancários

Ratcliffe se destacou nos últimos anos por seus investimentos no esporte, seja com os clubes Nice (França) e Lausanne-Sport (Suíça), ou com a equipe de ciclismo Ineos Grenadiers.

Sua intenção é assumir a parte da família Glazer, ou seja, 69% do clube, enquanto o xeque Al Thani quer adquirir 100%. Se os Glazer se baseiam unicamente na quantia recebida, a opção qatari parece ser mais vantajosa.

Além disso, para financiar sua oferta, eles não teriam que lidar com um setor bancário cujo clima é muito tenso atualmente, depois da falência de três bancos americanos e da compra urgente do Credit Suisse pelo UBS.

Não se pode descartar que o acordo que Ratcliffe parecia ter com os bancos americanos Goldman Sachs e JP Morgan para financiar a oferta tenha sido afetado pelas turbulências atuais.

Os Glazer parecem decididos a não vender o clube antes do final da temporada e podem inclusive levar os candidatos a uma terceira rodada de ofertas.

Dentro de campo

O Manchester United vive atualmente um bom momento esportivo. É o terceiro colocado do Campeonato Inglês, foi campeão da Copa da Liga e está classificado para as quartas de final da Liga Europa e às semifinais da Copa da Inglaterra.