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Brasil vence Espanha por 2-1 na prorrogação e conquista o bi olímpico no futebol

07/08/2021 14h30

Yokohama, Japão, 7 Ago 2021 (AFP) - O Brasil venceu a Espanha por 2-1 neste sábado (7), em Yokohama, com um gol de Malcom na prorrogação, e conquistou a segunda medalha de ouro olímpica do país no futebol masculino.

No tempo regulamentar, Matheus Cunha abriu o placar para o Brasil aos 47 minutos do primeiro tempo. No segundo tempo, Mikel Oyarzabal empatou para a Espanha aos 16 minutos.

A final dos Jogos de Tóquio-2020 foi para o tempo extra e aos três minutos do segundo tempo da prorrogação veio o gol do título: após uma cobrança de escanteio da Espanha, o Brasil saiu em um rápido contra-ataque pela direita e Antony deu um longo passe para a ponta esquerda, que encontrou Malcom.

O atacante passou por Jesús Vallejo, avançou e bateu cruzado na saída de Unai Simón para estabelecer o 2-1.

O Brasil conquista assim o bicampeonato olímpico, depois de levar a medalha de ouro nos Jogos Rio-2016.

Quando o placar ainda estava 0-0, Richarlison desperdiçou um pênalti aos 38 minutos, chutando a cobrança por cima do gol de Simón.

O veterano lateral Daniel Alves (38 anos), que deu o passe para o gol de Matheus Cunha, soma mais um título a sua carreira impressionante: com 43 conquistas ele continua sendo o jogador com o maior número de taças na história do futebol.

"Estou muito feliz e acho que conquistamos o ouro com muito mérito", disse o técnico brasileiro, André Jardine.

- O jogo -Os primeiros 15 minutos de partida foram de respeito entre as equipes, sem qualquer chute a gol.

Apenas aos 17 minutos, Marco Asensio fez a primeira finalização, para fora. Na jogada seguinte, Douglas Luiz deu trabalho para Unai Simón com o primeiro chute a gol do Brasil.

O Brasil passou a jogar melhor e Richarlison, artilheiro do torneio com cinco gols, era um pesadelo para a defesa rival.

E a melhor chance do Brasil veio aos 38 minutos, quando Unai Simón fez pênalti em Matheus Cunha, falta que só foi confirmada depois que o árbitro consultou o VAR. Mas Richarlison bateu muito mal, por cima do gol espanhol, quase um tiro de meta.

A seleção brasileira seguiu melhor e abriu o placar nos acréscimos da primeira etapa. Claudinho fez um cruzamento da esquerda, Daniel Alves aproveitou a indecisão de três espanhóis e tocou para trás: Matheus Cunha, atacante do Hertha de Berlim, dominou e bateu no canto, sem chance para o goleiro espanhol.

O técnico espanhol, Luis de la Fuente, modificou a equipe, com as entradas de Carlos Soler e Bryan Gil nos lugares de Mikel Merino e Asensio.

Mas foi o Brasil que teve a melhor chance do início do segundo tempo, aos 7 minutos, quando Richarlison chutou na trave. A Espanha partiu para cima e a seleção tentava encaixar os contra-ataques.

A Espanha pressionou e chegou ao empate aos 16: Soler cruzou da direita e Oyarzabal chutou de primeira, sem chance para o goleiro Santos.

O técnico André Jardine fez algumas substituições, incluindo a troca de Matheus Cunha - que foi dúvida para a final por uma lesão sofrida nas quartas de final contra o Egito - por Malcom.

E na prorrogação, o técnico mostrou que tem estrela quando o gol do título olímpico foi marcado pelo atacante do Zenit.

- Bi olímpico -O Brasil, que por muitos anos sonhou com o ouro olímpico, único título que faltava para a seleção que tem mais conquistas de Copa do Mundo (5), agora acumula vitórias seguidas, nos Jogos Rio-2016 e Tóquio-2020.

A Espanha, por sua vez, tem que se contentar com a terceira medalha de prata no futebol masculino, depois das conquistadas em Antuérpia-1920 e Sydney-2000, e terá que continuar esperando pelo segundo ouro após a obtida em casa, em Barcelona-1992.

"Não perdemos o ouro. Ganhamos a prata. Agora pode haver um sentimento de tristeza, até mesmo de frustração, mas daqui algumas horas e o amanhã chegar, os jogadores perceberão o feito que fizeram", incentivou Luis de la Fuente.

"Essa medalha deve ser muito valorizada. Há anos que trabalhamos para isso", disse o zagueiro Jesús Vallejo.

O Brasil disputou sua quinta final olímpica. Em Los Angeles-1984 perdeu por 2 a 0 para França e quatro anos depois, em Seul-1988, foi derrotado pela ex-União Soviética (2-1). Em Londres 2012 foi superado pelo México (2-1), até vencer na Rio-2016 a Alemanha por 5-4 nos pênaltis, após o 1 a 1 no tempo normal.

Além disso, o país também conquistou o bronze no futebol masculino nos Jogos de Atlanta-1996 e Pequim-2008.

A vitória no futebol foi a terceira medalha de ouro do Brasil no sábado em Tóquio, após as conquistas de Isaquias Queiroz na canoagem (C1 1000 metros) e de Hebert Conceição no boxe (peso médio).

O país tem 19 medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio até o momento, sete de ouro, quatro de prata e oito de bronze. Mas a conta vai aumentar, pois no domingo o Brasil está em mais duas finais: Bia Ferreira encara a irlandesa Kellie Anne Harrington na final do peso leve do boxe e seleção feminina de vôlei enfrentará os Estados Unidos.

Com estes números, o Brasil já igualou o maior número de ouros em uma única edição de Olimpíada (sete na Rio-2016) e supera o número de medalhas (19 também nos Jogos Rio-2016)

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