Brasileiro brinca sobre cachorro na maratona do Pan: 'Correu junto comigo'

O brasileiro Paulo Paula brincou sobre o fato de ter tido a companhia de um cachorro em um trecho da maratona nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em disputa na manhã de hoje (22).

O dono vai ter de dar bastante água, porque ele correu bastante tempo comigo Paulo Paula

O que aconteceu

O animal invadiu a pista aos 43 minutos de prova e correu ao lado do atleta brasileiro, que estava na oitava posição, por cerca de um minuto.

"Eu nem tinha percebido que ele estava ao lado, mas ele estava mais para brincar do que para atacar. Com certeza, o dono vai ter de dar bastante água, porque ele correu bastante tempo comigo", disse o brasileiro.

Paulo Paula tentou despistar o cão, para não atrapalhá-lo durante a prova. Outros atletas, que vinham logo atrás, também tiveram de desviar do animal.

Depois, o cachorro foi para a calçada ao lado do circuito e deixou de acompanhar o pelotão.

"Como eu estava sozinho, já um pouquinho à frente, para mim, ele só queria brincar mesmo. Mas corria o risco para a turma que estava no bloco, porque se um cai ali, caem várias pessoas. Mas faz parte do jogo, né?", completou.

'Motivo de orgulho'

Aos 44 anos, Paulo Paula terminou a maratona do Pan-Americano de Santigado na 6ª colocação e falou do resultado com orgulho.

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Ele ressaltou a ausência de patrocínios, e suas consequências, e os obstáculos que supera para estar nas pistas a cada competição.

"A cada corrida que faço, sempre agradeço a Deus e fico contente, porque sou um atleta de 44 anos, e ainda competir com pessoas de 10 a 20 anos mais novas é sempre algo que tenho de me orgulhar. Hoje, a maior dificuldade não são os adversários, mas a minha parte física, porque as dores vêm. Estar no alto rendimento é sempre motivo de orgulho. Faço atletismo por amor, porque não tenho patrocínio privado no Brasil. Tenho a ajuda de custo do Bolsa Atleta, que é algo que eu fiz por merecer. O tênis que eu corri hoje foi um amigo meu que me deu, porque nenhuma marca esportiva chegou em mim", afirmou.

Paulo acredita que, no começo do ano que vem, consiga carimbar o passaporte para os Jogos de Paris.

"Mas o meu foco é tentar a quarta Olimpíadas. Fui para o Mundial de Budapeste, há um mês e meio, e agora vim para cá. Já estava bastante cansado, não na parte física, mas na parte mental. Em menos de um ano eu já corri quatro maratonas e, lógico, a minha idade cobra. Mas acredito que em fevereiro, quando eu retornar à maratona, vou ficar bem próximo da classificação olímpica", projetou.

O atleta salientou ainda o fato de servir de inspiração por, apesar da idade, se manter no esporte de alto rendimento:

"Para mim, estou servindo de inspiração para aquelas pessoas que acham que a idade é limite. Pelo contrário, se você faz com disciplina e determinação, tem o limite, mas a conquista é muito mais do que uma medalha. Então, todas as corridas que eu estou atuando, me sinto como campeão porque estou superando a idade e a mim mesmo".

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