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OPINIÃO

Gomes: "Foi uma estupidez da Mercedes trocar motor do Bottas"

Do UOL, em São Paulo

26/09/2021 15h49

A Mercedes traçou uma estratégia para atrapalhar a vida de Max Verstappen no GP da Rússia deste domingo (26). Com o piloto da Red Bull largando na última posição, a escuderia alemã trocou o motor de Valtteri Bottas, que caiu para 17º no grid. A tática era fazer o finlandês conter o avanço do holandês, mas o plano foi por água abaixo logo no início da prova, quando Bottas foi ultrapassado sem resistência. Verstappen foi o segundo colocado na corrida, atrás apenas de Lewis Hamilton.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - a tática frustrada da Mercedes foi motivo de discussão entre os colunistas. Eles acharam que a equipe errou ao pensar que Bottas aceitaria tranquilamente deixar sua corrida de lado para "apenas" marcar Verstappen em cima.

"A Mercedes surpreendeu quando começou a corrida e mandou trocar o motor do Bottas, única e exclusivamente para puni-lo e colocá-lo mais perto do Verstappen no fundão do grid. Achei uma estupidez. Se é para deixar o cara na frente do Verstappen, ele já estava. Era o sétimo no grid. Em algum momento, se ele viesse babando lá de trás, iria encontrar o Bottas na pista. O que passa pela cabeça do piloto, que sempre andou bem em Sochi e com chance de chegar ao pódio? Ele não só não atrapalhou como murchou completamente na corrida. Tenho a impressão de que a Mercedes pisou na bola barbaramente nessa", criticou Gomes.

Seixas também reprovou o plano da escuderia alemã. "A ideia da Mercedes era arruinar a corrida do Verstappen desde o começo. Na lógica dela, era mais fácil fazer isso do que com o Bottas em quinto, sexto, e o Verstappen chegando embalado. E não deu. Quando o Verstappen chegou no Bottas, a gente achava que o Bottas ia colocar o carro de lado para não o deixar passar. E não foi nada disso que aconteceu. Só faltou estender o tapete vermelho e falar 'passa, meu filho'", ironizou o colunista.

Para Gomes, era nítido que o plano da Mercedes se voltaria contra ela mesma. "As coisas são tão óbvias que a gente se pergunta como esses caras conseguem virar chefes de uma equipe de Fórmula 1. É tão óbvio que você vai deixar o piloto 'p' da vida, desmoralizado, humilhado. Foi uma burrada, uma estupidez da Mercedes, que nos últimos anos tem essa imagem de boa esportista, mas porque até agora não precisou", comentou.

Para Seixas, o fato de o finlandês ser ultrapassado com facilidade por Verstappen pode ter sido intencional. "Não houve nenhuma menção de dificuldade. Nada. Muito provavelmente, propositalmente. O Bottas deve ter pensado 'não preciso disso para o meu currículo'. Se o Bottas ainda tivesse alguma esperança de permanecer na Mercedes no ano que vem, talvez segurasse e endurecesse. Mas já está acertado com a Alfa Romeo, não quer saber mais de nada com a Mercedes", observou.

Seixas também não engoliu a versão oficial da escuderia alemã para fazer as mudanças no carro de Bottas. "Oficialmente, a Mercedes diz que fez essa estratégia como uma opção tática, para que o Bottas tivesse componentes de motor suficientes para não ter que pagar mais nenhuma punição até o final do ano. Até nisso a Mercedes foi cirúrgica, pois escolheu quatro componentes para que ficasse exatamente na frente do Verstappen. Se trocasse mais, ficaria atrás. A Mercedes acha que todo mundo é otário para acreditar nessa versão e o Bottas não entrou na da equipe", concluiu.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 10 de outubro, após o GP da Turquia.

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