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Lewandowski vota a favor da Copa América, mas cobra plano contra covid

Ministro do STF Ricardo Lewandowski - Nelson Jr/STF
Ministro do STF Ricardo Lewandowski Imagem: Nelson Jr/STF

Do UOL, em São Paulo

10/06/2021 00h27

O ministro do STF Ricardo Lewandowski votou a favor da realização da Copa América no Brasil, mas cobrou do governo federal um plano de segurança contra a covid-19. O Supremo Tribunal Federal vai realizar uma uma sessão extraordinária nesta quinta-feira para tratar com urgência e decidir a respeito da realização ou não da competição no Brasil.

Relator da ação apresentada pelo PT, Lewandowski acatou parcialmente o pedido, mas não se opôs à realização do torneio.

"O anúncio, que poderia ser motivo de júbilo e comemoração, acabou causando compreensível perplexidade em diversos setores da sociedade brasileira, seja porque foi feito de inopino, já que tornado público a menos de 15 dias do início do evento, seja porque o Brasil ainda enfrenta uma grave crise epidemiológica decorrente do surto da Covid-19, a qual, no curto espaço de pouco mais de um ano, já causou cerca de 474 mil vitimas fatais", destaca.

Lewandowski cita ainda a Liga dos Campeões, Jogos Olímpicos de Tóquio e Libertadores para justificar a decisão.

"Não desconheço que em vários outros países alguns torneios esportivos têm sido, paulatinamente, retomados. Há poucos dias foi encerrada a prestigiosa disputa da Liga dos Campeões da UEFA. Por sua vez, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 acontecerão em breve, entre os dias 23 de julho a 8 de agosto do corrente ano. Aqui, inclusive, estão sendo disputados a Copa do Brasil, o Brasileirão e os jogos da Copa Libertadores da América, todos da temporada 2021", pontua.

O Brasil virou sede da Copa América após atender ao pedido da Conmebol, que se viu sem saída para o torneio, já que Colômbia e Argentina não puderam receber mais a competição. No caso dos colombianos, o ponto crucial foi a onda de protestos nas ruas, que deixou em risco a segurança no país. Posteriormente, o governo argentino recuou ao ver uma escalada da pandemia em seu território.

Na outra ponta, a CBF só deu resposta positiva para a Conmebol porque obteve o aval do governo federal. O então presidente da entidade, Rogério Caboclo, acionou diretamente Jair Bolsonaro na manhã do dia 31 e ouviu do presidente que o caminho estava livre para organizar a competição em solo brasileiro.

Ontem, a Conmebol divulgou um protocolo para a realização da Copa América no Brasil, estabelecendo diretrizes para que o torneio aconteça com respeito às medidas de prevenção à covid-19. No documento, as recomendações vão dos itens mais simples — como a aferição da temperatura e controle da delegação para detectar os primeiros sinais de sintomas, além dos testes RT-PCR a cada 48h, — aos mais pitorescos, como a recomendação para que as delegações evitem banhos nos vestiários.

Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje que os jogadores que vão disputar a Copa América não serão obrigados a tomar vacina contra a covid-19 para a disputa da competição.

O Brasil registrou hoje 2.484 novas mortes de covid-19, fazendo com que o total se aproxime dos 480 mil óbitos desde o início da pandemia. Até hoje, o país acumula 479.791 mortes pela doença. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte e foram obtidos junto às secretarias estaduais de saúde.