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Queiroga diz que Copa América não vai exigir vacinação de jogadores

Do UOL, em São Paulo

07/06/2021 19h49Atualizada em 07/06/2021 21h24

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje que os jogadores que vão disputar a Copa América não serão obrigados a tomar vacina contra a covid-19 para a disputa da competição. A decisão é um recuo na postura do Governo Federal, que na última semana apontou que todos os integrantes das delegações seriam vacinados antes de entrar no país para o evento.

Segundo Queiroga, outras competições já acontecem no Brasil sem a necessidade do imunizante e que os protocolos sanitários determinados possibilitam a realização do evento.

De acordo com o ministro, todos os atletas serão testados diariamente e estarão em um ambiente sanitário controlado para evitar contaminações pelo coronavírus. Segundo números divulgados pelo próprio Ministério, o Brasil chegou hoje aos 474.414 mil óbitos por covid-19, e 16.984.218 casos desde o início da pandemia. Nas últimas 24h, foram 1.010 mortes.

O ministro argumentou que a vacinação neste momento poderia comprometer o andamento da competição. "Não é uma imposição a questão da vacina. Os que estiverem vacinados, melhor. Mas não vai haver um esforço para vacinar agora. Até porque a vacina pode causar uma reação, e isso poderia comprometer o ritmo competitivo dos jogadores. As medidas sanitárias de controle, como a realização dos testes - e não será teste rápido, será o RT-PCR", disse.

Segundo o coordenador operacional da competição, André Pedrinelli, seis seleções já estão imunizadas e outras duas completam a vacinação nesta semana.

Na negociação para o Brasil sediar a Copa América, a Conmebol apresentou o plano onde todas as delegações estariam vacinadas antes do início dos jogos. A ideia esbarrou na legislação de alguns países, como Brasil, onde a vacina ofertada pela confederação sul-americana, doada pelo laboratório chinês Sinovac, não pode ser aplicada.

Segundo a lei vigente no país, todas as vacinas adquiridas por entes privados devem ser encaminhadas ao Plano Nacional de Imunização (PNI) se os grupos prioritários ainda não estejam vacinados. Caso esse público já esteja imunizado, a doação teria que ser de 50%, algo visto como inviável pela Conmebol.

Há a possibilidade da seleção brasileira receber o imunizante entre terça e quarta-feira, quando a delegação estará no Paraguai para jogar as Eliminatórias. A CBF deixará a critério de cada um tomar ou não, já que ainda há dúvidas de onde a segunda dose poderá ser aplicada.

Com relação às eventuais aglomerações de torcedores que o torneio pode causar em restaurantes ou festas, o ministro reforçou que a atribuição da fiscalização é de estados e municípios.

"A fiscalização é feita por estados e municípios, o Ministério da Saúde não tem condições de fiscalizar 5.570 municípios do Brasil. A palavra do Ministério da Saúde continua reiterada, de observância às medidas não-farmacológicas. Restaurantes, bares, existem regras para o funcionamento. Eu não vejo que essa competição vai mudar esse contexto. As pessoas podem ir para o restaurante torcer? Podem. Mas elas têm que ir de acordo com a regra sanitária. Pode torcer na sua casa? Pode, mas se vai fazer festa na sua casa, a consciência é de cada um, e não é a Copa América que vai fazer aumentar ou diminuir, nós sabemos", disse.

"É algo que tem que ser feito [contato com governos], não só em relação ao futebol. Essas aglomerações existem independentemente do futebol. Não há que dizer: O futebol que está fazendo aglomerações. Festa clandestina, vocês [imprensa] têm coberto isso aí. É uma questão de responsabilidade de cada um, e as autoridades sanitárias têm que fiscalizar essas ações de forma rotineira para que a gente evite a propagação do vírus. Naturalmente que vamos orientar as autoridades municipais para fiscalizarem essas ações para evitar essas aglomerações", finalizou.

Entre as medidas anunciadas durante a entrevista coletiva estão:

- Distanciamento social;

- Voos fretados;

- Uso de ônibus individuais;

- Restrição a saída dos hotéis onde as seleções estarão em concentração;

- Controle dos funcionários que terão contato com as delegações;

- Quartos isolados e andares separados nas acomodações;

- Exame RT-PCR a cada 48h;

- Teste rápido antígeno entre os testes RT-PCR;

- Questionário diário em todas as delegações

Recuo sobre vacinação

O anúncio feito pelo ministro Queiroga aponta um recuo na postura do Governo Federal em relação à vacinação dos atletas e membro das delegações que vão disputar a Copa América. Em nota divulgada na última semana, o Governo coloca a imunização das seleções como um dos critérios para a realização do torneio no Brasil.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), por exemplo, enfatizou a exigência da vacinação para permitir jogos no Estado.

Veja a nota divulgada pelo Governo Federal:

NOTA

O Governo Federal confirma que o Brasil sediará a Copa América de Futebol 2021, nas cidades de Brasília/DF, Rio de Janeiro/RJ, Cuiabá/MT e Goiânia/GO.

Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 10 delegações de, no máximo, 65 pessoas participarão do torneio. Os jogos ocorrerão sem público, com todos os integrantes das delegações vacinados contra a Covid19.

O Governo Federal reitera sua disposição em colaborar com a realização de um evento seguro do ponto de vista sanitário, respeitando protocolos de prevenção à Covid19, a exemplo dos torneios internacionais Copa Libertadores da América e Copa Sulamericana.


Atenciosamente

Assessoria de Comunicação Social da Casa Civil