Luis Suárez foi o grande protagonista do título do Grêmio. Com sete gols e três assistências em 12 jogos no campeonato, ele ergueu a segunda taça em menos de quatro meses no Brasil. Antes, logo no primeiro jogo da temporada, tinha conquistado a Recopa Gaúcha.

Sua relevância vai além do campo. Não bastasse que faz com a bola rolando, Suárez ainda recebe elogios repetidos nos bastidores por seu comportamento exemplar. Foi capitão do time em alguns jogos e virou um líder do vestiário. Mesmo que não se manifeste tanto, as atitudes falam por ele.

Financeiramente, o uruguaio simboliza mais de 32 mil novos sócios no quadro tricolor. Um total de 93.867 considerados ativos por critérios do clube, estabelecendo novo recorde.

E a presença dele fez a média de público da primeira fase mais do que dobrar (de 2.395 para 4.862): o Grêmio foi responsável por 50% de todo o público do Gauchão e os jogos com Suarez em campo tiveram 19 mil pessoas em média nas arquibancadas.

A conquista é o ápice de tudo que Suárez simbolizou até agora. E até Messi tem acompanhado, mesmo à distância, pela relação próxima com o uruguaio.

No ano passado, a média de público pagante do Campeonato Gaúcho na primeira fase foi de 2.395 expectadores. É pouco e até o Grêmio tinha números baixos: ano em que iria disputar Série B, a média de público foi de 6.950 pagantes na primeira fase.

A contratação de Luis Suárez mudou tudo. A primeira fase de 2023 terminou com média de 4.862 e só o Tricolor levou 166.594 pagantes às partidas que disputou —a média de público foi de 15 mil, quase três vezes maior do que a do ano anterior.

Além disso, os jogos do Grêmio foram responsáveis por mais de 50% do público pagante de toda primeira fase do torneio. Duelos menos importantes, como contra Brasil de Pelotas, Aimoré e Avenida, levaram mais de 20 mil pessoas à Arena.

O Inter, tradicional oponente gremista, teve média de 13.686 torcedores. Somente um jogo além do Gre-Nal levou mais de 20 mil ao estádio.

O caminho do hexa não foi fácil. Mesmo que tenha liderado a primeira fase praticamente toda, as eliminatórias mostraram a força do interior gaúcho aos comandados de Renato Gaúcho.

Na semifinal, a derrota no duelo de ida contra o Ypiranga ameaçou o sonho do hexa. A classificação veio com virada e pênaltis na Arena. Já na decisão, drama novamente.

O Caxias se mostrou um adversário voraz. Saiu na frente e segurou o empate em casa.

Neste sábado, na Arena, amarrou o jogo e, não fosse por Suarez, que cavou o pênalti e o converteu, as coisas poderiam se complicar: no fim do jogo, o time do interior teve uma falta na entrada da área que poderia ter levado muito perigo.

Não foi culpa do Grêmio, mas apenas um clássico Gre-Nal foi disputado no Estadual. E com vitória.

Na primeira fase da competição, quando azuis e vermelhos duelaram na Arena, o 2 a 1 veio nos minutos finais de partida. Vina e Carballo marcaram para o Tricolor. Alan Patrick fez pelo Inter.

A ausência de novos duelos se deu pela eliminação do Colorado na semifinal contra o Caxias. A decepção vermelha também esteve presente na conquista gremista. Impulsionado por um 2022 que terminou em alta, o rival viu ruir a expectativa criada.

O Grêmio é campeão novamente, mantendo uma larga hegemonia que não foi abalada nem no ano em que disputou a Série B.

A festa só seria completa com Renato Gaúcho. O treinador responsável por recolocar o Grêmio no caminho dos títulos e maior ídolo da história do clube tinha ido embora e não esteve no reservado nas últimas duas conquistas do Gauchão.

O retorno aconteceu no apagar das luzes de 2022. Temendo não atingir o objetivo de subir para Série A, o Grêmio reatou com Portaluppi. Em sete meses, ele já ganhou dois títulos.

Como o próprio costuma dizer, ele está 'cansado de tanto erguer taças' na Arena. Pois teve que fazer 'um esforço' e dar mais uma volta olímpica. Renato chegou a nove títulos como treinador do Grêmio.