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Carol Santiago é ouro e encerra jejum de 17 anos na natação feminina

Carol Santiago comemora vitória nos 50m livre da classe S13 nas Paralimpíadas 2020 - REUTERS/Lisi Niesner
Carol Santiago comemora vitória nos 50m livre da classe S13 nas Paralimpíadas 2020 Imagem: REUTERS/Lisi Niesner

Do UOL, em São Paulo

29/08/2021 06h26

Foram 17 anos de jejum. Enquanto no masculino Clodoaldo Silva, Daniel Dias, André Brasil e tantos outros empilhavam medalhas de ouro para o Brasil, o país batia na trave no feminino. Mas, neste domingo, Carol Santiago encerrou a espera. Favorita na final dos 50 metros livre da classe S13 (para atletas com baixa visão), ela faturou o ouro e enfim recolocou a natação feminina do Brasil no lugar mais alto de um pódio nas Paralimpíadas.

Carol, de 36 anos, é da classe S12, para atletas com mais baixa visão, mas competiu nesta prova na S13, contra atletas que enxergam melhor do que ela. Mas isso não impediu que ela vencesse com relativa facilidade, estabelecendo um novo recorde paralímpico para a S12, que é melhor do que o da S13, algo incomum no esporte.

Ela completou a prova em 26s82 e melhorou o recorde que já havia batido pela manhã em Tóquio, nas eliminatórias, quando fez 26s87. O pódio ainda teve a russa Anna Krivshina (27s06) e a italiana Carlotta Gilli (27s07). Esta é a segunda medalha da brasileira em Tóquio. Ela também levou o bronze na disputa dos 100m costas S12.

"Estou muito feliz. É incrível estar aqui nesta competição tão importante. Sempre gostei de competir. Eu me senti bem desde o primeiro dia em que cheguei ao Japão. Estou emocionada. Tenho recebido muito carinho. Quando terminei a prova, soube que tinha ganhado porque ouvi o pessoal gritando o meu nome. Agradeço a todos pela torcida e pelos brasileiros que têm chorado e dado risadas com a gente", disse.

Antes de Carol, a última medalhista de ouro da natação do Brasil em Jogos Paralímpicos havia sido Fabiana Sugimori, em Atenas-2004, quando venceu os 100m livre da classe S11 na ocasião.

Carol Santiago, que é pernambucana mas representa o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, só recentemente entrou no movimento paralímpico. Neste ano, em São Paulo, ela já estabeleceu o recorde mundial dos 50m livre na classe S12: 26s72. Em Tóquio, ela ainda nada os 100m livre, na qual é favorita, e os 100m peito.

Mais resultados

Em outra prova do dia na natação, a brasileira Maiara Barreto ficou na quarta posição (59s50) na final dos 50m costas feminino da classe S3 (a terceira entre as 10 para deficientes funcionais). Na mesma prova, Edênia Garcia foi a oitava, com 1min07s83. A veterana, de 34 anos, tem no currículo duas medalhas de prata nessa prova, mas na classe S4, Ela foi reclassificada em 2017 devido à evolução da perda dos movimentos. No atual ciclo paralímpico, chegou a liderar o ranking mundial.