Lutador bate em mulher por, supostamente, tê-lo chamado de "pobrezinho"
Um homem praticante de jiu-jitsu bateu em uma mulher que ele não conhecia durante uma festa em Belém-PA depois de uma breve discussão no último domingo. De acordo com a vítima da agressão, Airton Carneiro chegou a lhe aplicar um mata-leão e outros golpes da arte marcial.
Airton foi várias vezes campeão paraense, disputou um campeonato brasileiro profissional e é faixa preta na modalidade.
Myriam Ruth, uma estudante de medicina de 22 anos, diz que estava em um bar com suas amigas quando foi assediada por Airton e negou a aproximação. O homem, então, de acordo com a versão da vítima, respondeu com um soco em seu rosto. Ela diz ter sido chutada enquanto estava caída.
“Éramos cinco mulheres contando comigo, quando uns quatro ou cinco rapazes se aproximaram, começaram a tentar tomar a nossa mesa”, relata a estudante. “Eu me senti incomodada e pedi para eles saírem. Eles me xingaram. Fui falar com a segurança, que chamou a atenção deles, e eles tiraram um balde de cerveja que tinham posto na nossa mesa, mas não se afastaram.”
“Um deles pegou na minha cintura e me assediou”, disse ela, se referindo a Airton. “Eu disse para ele parar, não tocar em mim, que não queria isso. Ele me deu um soco. Eu caí no chão e ele me chutou e veio pra cima, me aplicou alguns golpes que o pessoal que conhece disse que eram de jiu-jitsu.”
Defesa
Tiago Brito, o advogado de defesa de Airton, diz que seu cliente nega o assédio e que ele foi ofendido por Myriam antes da violência começar. E que ele também foi agredido pela mulher. De acordo com a versão da defesa, Myrian disse a Airton: “Tu és um pobrezinho” e “Tens jeito de lutador viadinho com essa roupa.” As frases estão em uma nota oficial divulgada na quarta pelo advogado.
Essa seria a justificativa para o início da agressão. Myriam nega que tenha dito essas coisas.
“Se de fato ele tivesse dado um soco nela, com o porte dele, ela teria fraturado uma mandíbula, um dente... mas ela só mostra o olho”, diz Tiago Brito, em referência a fotos que Myriam publicou de seu rosto machucado. “Ela diz que caiu no chão, que foi agredida no chão, mas não mostra outros hematomas, a gente vê ela andando normalmente...”
O advogado classifica a versão de Myriam como um relato “fantasioso”.
A estratégia da defesa é não apenas tentar provar que Airton não é culpado da agressão, como também vítima da violência.
Academia
A academia de jiu-jitsu na qual treina o lutador lançou uma nota na qual diz lamentar a agressão e repudiar qualquer violência. Airton foi afastado das atividades da academia por tempo indeterminado.
Walter Broca, professor de jiu-jitsu há 16 anos, diz que o aluno é “um bom menino”, “respeitoso” e “brincalhão”. “Não estava lá, então não posso dizer o que aconteceu, mas todo mundo tem seu dia infeliz, né?”, disse o professor.
Broca também afirma nunca ter ouvido que seu aluno tenha se envolvido em brigas fora da academia e que apenas o afastou das atividades pelo período em que os fatos estejam sendo apurados. “Não posso julgar meu próprio aluno.”
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