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Arma na final, Pedrinho evolui e leva até comida para casa para ficar forte

Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

31/03/2018 09h49

Xodó da torcida do Corinthians, o atacante Pedrinho também está conquistando o coração do técnico Fábio Carille. Aos 19 anos, o garoto tem entrado em partidas decisivas com personalidade, chamando a responsabilidade e vem corrigindo um problema que tirava o sono da comissão técnica corintiana: os hábitos alimentares.

De origem humildade como tantos outros nascidos em Alagoas, Pedrinho tinha dificuldade para comer. Enquanto após um treino puxado, os demais jogadores faziam aquele "pratão" na cozinha do clube, o menino não conseguia ingerir mais do que uma pequenas porções de feijão e arroz. E por isso possuía uma quantidade de ferro no sangue insuficiente, o que gerou um quadro de anemia. A situação gerou uma força-tarefa do Corinthians para corrigir o problema. Deu certo. Hoje, Pedrinho leva até comida para casa para ficar mais forte.

O resultado apareceu nos jogos. Com o jogador mais forte fisicamente, Carille passou a colocá-lo em mais minutos em campo. No primeiro jogo das quartas de final do Paulista, contra o Bragantino, Pedrinho entrou no intervalo e salvou o Corinthians. O time perdia por 3 a 1 até os 42 minutos do segundo tempo, quando o garoto tirou da cartola um chutaço de fora da área. Golaço que diminuiu a vantagem, revertida na volta com a vitória por 2 a 0.

Na semifinal contra o São Paulo, Pedrinho não marcou no tempo normal, mas sua entrada deu outra energia ao time, principalmente no segundo jogo na Arena. Ele chama o jogo, parte pra cima, se movimenta. E tem confiança de gente grande. Foi assim que converteu um dos pênaltis que levou o time à final.

"Primeiro cuidamos da saúde dele. A gente sabe desse potencial dele, acompanho desde 2014 ou 15 na base. Foi mais a questão humana, da saúde, está ganhando espaço porque hoje ele é mais atleta. Ano passado, usamos ele, e víamos o cansaço acima do normal. O Corinthians foi atrás para saber. E ainda bem que ele está num clube que dá condições. Acredito que hoje ele aguente, teoricamente, 60, 70 minutos. Entrou até para sentir. Que legal ver um menino desses batendo o pênalti. Ele disse que queria bater: "Eu bato!". Então nem perguntei para os mais velhos", contou o técnico Fábio Carille, nesta sexta-feira.

O técnico agora cogita usar o garoto até como titular. Será na final? Não se sabe, mas Pedrinho certamente entrará no jogo como uma das armas de Carille para superar o rival.