Jonathan diz que foi injustiçado no Flu e espera por propostas
Jonathan teve um 2016 de altos e baixos, similar à temporada do Fluminense. E o fim de ano foi abaixo das expectativas tanto para o lateral direito, quanto para o clube carioca. Após iniciar a temporada como titular absoluto, o jogador de 30 anos acabou fora do elenco principal. O sentimento é de injustiça, especialmente por não saber o real motivo de seu afastamento, mas o camisa 2 não guarda mágoas.
"Tudo isso que aconteceu, ser titular em jogos seguidos e depois ser sacado até do banco, deixa claro que não teve nada a ver com parte física e técnica. A atitude da diretoria e do treinador de me afastar, eu não sei dizer qual foi a justificativa. Fui injustiçado por ter uma personalidade forte, mas saio de cabeça erguida. Fiz bons amigos e agradeço o Fluminense por ter abrido as portas para mim. Saio sem ressentimento de ninguém do clube e desejo toda a sorte do mundo", afirmou Jonathan.
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o jogador reiterou que está bem fisicamente e já faz planos para 2017. Sua intenção é seguir no Brasil, atuando em grandes clubes. Quem sabe, um retorno para Cruzeiro ou Santos, nis quais viveu suas melhores temporadas.
Como você avalia sua passagem pelas Laranjeiras?
Avalio como positiva. Depois de um 2015 complicado, poder atuar em tantos jogos é um orgulho. Muitos não acreditavam em mim e isso comprova que não tenho problema físico e que meu joelho está bom. Os 23 jogos como titular mostram que eu era uma peça importante no time. Eu não joguei mais por uma posição da diretoria e do treinador, e não por uma questão técnica ou física.
Algum problema com Levir Culpi?
Não houve nenhum atrito entre mim e o Levir. Apenas ele tomou a decisão de me afastar de três jogos, me colocar na reserva e eu respeitei e foi isso. Eu fui profissional, tinha o comandante que na época era o Levir, ele tomou a decisão de me tirar do time e consequentemente dos jogos e eu acatei. Ele deu uma justificativa para mim que eu estava mal fisicamente e eu fui atrás do fisiologista, busquei os números e tenho também os scouts e o fisiologista que eu estava na média do Campeonato Brasileiro. É difícil de explicar o que aconteceu, mas eu respeitei a decisão e continuei treinando e trabalhando.
Como era a relação do grupo com Levir?
Não teve nenhum problema comigo e acredito que com nenhum outro jogador. O Levir é um cara muito extrovertido e brincalhão, como demonstra nas coletivas, e o grupo gostava dele. Só que a diretoria achou por bem, no final, demiti-lo. Não sei o motivo. A diretoria já devia ter em mente outra filosofia para o ano que vem.
Após esse período sem ser relacionado, você atuou bem contra o Cruzeiro, em 17 de julho, e, no dia seguinte, avisou que não seguiria no Fluminense em 2017. Daí em diante não entrou mais em campo. Acha que foi um "castigo" por sua declaração?
Não acredito que tenha sido um castigo. A decisão de não ser mais relacionado já vinha de muito tempo, mas na ocasião o jogador da posição estava suspenso, eu joguei na partida, fui bem e fui para coletiva e disse aquilo que a diretoria havia passado para mim.
Sua situação no Flu poderia ter sido melhor conduzida?
Poderia. Acho que fui injustiçado, mas não há nenhum ressentimento com a diretoria ou treinador. São coisas do futebol. Agora é pensar no ano que vem, em jogar e fazer um bom ano. Desejo aos profissionais do Fluminense um 2017 maravilhoso.
Você sempre declarou que era seu desejo permanecer. Sua permanência no clube ficou inviável para 2017, mesmo com a troca na diretoria e da comissão técnica?
Com certeza. Não só eu, mas até mesmo o torcedor, sabe que minha saída do Flu não é por questões físicas ou técnicas. Eu respeito a posição da diretoria. O que me restou foi esperar meu contrato acabar. Eles têm os motivos deles para não terem renovado comigo.
Como é trabalhar separado do grupo? É o mais difícil para o jogador não ter o contato com os demais?
É uma situação que incomoda. Para o jogador, com certeza, além da lesão, é a situação que deixa o jogador triste. Ser afastado do elenco sem um motivo claro chateia. Sempre fui profissional, o que me pediram eu cumpri. Eles preferiam assim e eu acatei a posição. No meu ponto de vista, eu fui injustiçado, porque poderia ajudar o Fluminense nessa reta final do Brasileirão.
Como está a parte física?
Estou 100% recuperado. Agora estou com um personal para me manter no peso e tentar chegar o mais perto possível daqueles atletas que terminaram o ano jogando.
Já tem alguma conversa avançada com algum clube para defender em 2017?
Tem algumas conversas, nada muito certo. Me vejo em plena forma para estar atuando em times do primeiro porte do futebol brasileiro. Sempre joguei em grandes clubes. Minha experiência, aqui no Brasil e na Europa, pode contar muito. Aprendi muito lá fora. Me considero outro jogador desde que atuei na Europa. Os clubes do Brasil estão evoluindo e é válido exaltar os treinadores do Brasil que buscam se atualizar no exterior observando treinos e jogos.
Seu desejo é seguir no Brasil?
Quero permanecer. Minha família está bem adaptada ao Brasil, apesar de ter passaporte italiano e ter feito bons amigos na Itália. Quero fazer um bom ano no Brasil e jogar várias partidas. Estou com muita gana, muita vontade de demonstrar meu trabalho e mostrar que posso dar grandes alegrias ao torcedor do clube que eu vier a defender.
Retorno para o Cruzeiro e Santos seria o ideal?
Sem dúvida. Foram passagens bem marcantes, em clubes de grandes torcidas. Tenho amigos lá dentro ainda e tenho total respeito pelas camisas. Bati na trave com o Cruzeiro na Libertadores, infelizmente não conseguimos o título. Com o Santos eu venci a Libertadores, ficou marcado na minha carreira. Foram muito anos ali dentro do Cruzeiro, tive momentos felizes demais. Foi o clube que me projetou para o futebol mundial, aonde eu consegui prêmios individuais marcantes. Seria um sonho poder viver isso novamente.
Tem explicação a queda de rendimento no Brasileiro?
Vi com chateação o momento do Fluminense. Sabia que poderia dar minha contribuição, mas não estava em minhas mãos. Não pude fazer nada. Acredito que o momento político seja a única explicação para uma queda tão grande na briga pela Libertadores. A política no clube é muito forte e mexe com todas partes. Acho que afetou dentro de campo.
Tem algum recado para a torcida?
Quero deixar os meus agradecimentos à torcida do Fluminense. Quero agradecer por terem me apoiado e dizer que ouvi muito coisa, que eu não queria renovar, que pedi muito alto, mas quero deixar claro que em nenhum momento teve algum tipo de conversa. Não entramos em negociação para discutir valores nem nada. O Fluminense apenas me comunicou que não tinha interesse em renovar comigo. Nem entramos em negociação. Agradeço a torcida, agradeço ao clube, todos funcionários, tenho amigos ali dentro e desejo que o ano de 2017 possa ser maravilhoso para o clube.
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