Autoritários, técnicos da Premier League ampliam lista de desafetos
Assumo a culpa de ter sede de vencer e ser obcecado pelo controle absoluto, mas para mim esses são os requisitos de uma liderança eficaz". A frase é de Sir. Alex Ferguson, técnico que comandou o Manchester United de 1986 a 2013. Ao que parece, o treinador escocês fez escola. José Mourinho, Pep Guardiola e Antonio Conte, por mais diferentes que sejam, seguem a mesma linha de pensamento do ex-líder dos Diabos Vermelhos.
Com personalidades fortes e donos de métodos rígidos de trabalho, os três treinadores já causaram polêmicas no Campeonato Inglês. Naquele que pode ser entendido como uma disputa por autoridade, segundo o psicólogo do esporte, Eduardo Cillo, Conte tem desagradado ao torcedor do Chelsea com a insistência em deixar Cesc Fàbregas no banco de reservas.
- É bastante comum que aconteça esse tipo de afastamento. É claro que é importante ver o momento técnico do jogador, mas também o papel de liderança que ele exerce sobre seus companheiros de equipe. Para estabelecer a liderança, é normal que um treinador afaste determinados atletas. A hipótese do que acontece no Chelsea é essa, mas é necessário ter informações da rotina do clube para saber se, de fato, isso procede - explicou.
Da mesma forma, Pep Guardiola, no Manchester City, barrou o goleiro e capitão Joe Hart, com quem chegou a discutir durante um treinamento. Também, pelos primeiro jogos do Inglês, demonstrou que não deve contar com Yaya Touré. Inclusive, o volante chegou a trabalhar com Guardiola no Barcelona, mas, sem se adequar ao padrão exigido pelo treinador, acabou acertando sua transferência para o City, em 2010.
José Mourinho, grande rival do catalão, não poderia ficaria para trás e também arrumou conflito com um 'medalhão'. Assim que chegou ao Manchester United, o português ignorou Schweinteiger, que passou a treinar com o time B. Nesta temporada, o alemão ainda não foi relacionado para nenhuma partida e os rumores sobre sua saída são cada vez mais fortes, ainda mais com a proximidade do fechamento da janela de transferências.
Para Guariola e Mourinho, o embate com grandes estrelas não é novidade. Enquanto comandou o Barcelona, o espanhol barrou jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Deco e Samuel Eto'o. Já no Bayern de Munique, foi o responsável pela saída de jogadores como Mario Gomez, Mandzukic e Schweinsteiger.
De acordo com Agustín Peraita, autor do livro 'Quero que meu time jogo como o Barcelona de Guardiola', o treinador não está tentando impor autoridade no Manchester City, mas sim buscando adequar seus jogadores ao estilo de jogo que pretende implantar no novo clube:
- É uma decisão técnica. Depois de analisar a capacidade de seus jogadores, Guardiola entendeu que eles não se adaptariam à sua filosofia de jogo. No caso de Hart, é um goleiro que é muito bom, mas para um modelo que o time precisa tirar vantagens desde o primeiro passe, com a saída de bola, ele é um jogador que não se sente confortável nesse tipo de situação. Ainda, o técnico não pode simplesmente afastá-lo ou deixá-lo no banco. Ele é uma referência para a torcida, não daria certo. O mais correto é mesmo vender o jogador, assim ele será aproveitado em outra equipe - disse, ao LANCE!
Se para Guardiola pode ser uma questão técnica, Mourinho pode encarar a situação como algo além. Historicamente, o português já comprou briga com Adriano, na Inter de Milão, Kaká e Casillas, no Real Madrid, e Juan Mata e David Luiz, no Chelsea. Em todos esses casos, os atletas acabaram se transferindo para outras equipes.
Apesar de serem definidos como obcecados por controle, os três treinadores também são grandes vencedores. Mais uma prova disso é o início desta Premier League, que tem City, United e Chelsea dividindo a liderança da competição, todos com 100% de aproveitamento.
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