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Piquet pode pagar R$ 10 milhões de indenização por comentário racista e homofóbico

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

05/07/2022 15h42

O ex-piloto Nelson Piquet pode pagar R$ 10 milhões por fala de cunho racista ao se dirigir ao piloto Lewis Hamilton como "neguinho", em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira, do Canal Enerto, em novembro de 2021. Nesta terça-feira, entidades de defesa dos direitos humanos denunciaram Piquet no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e pediram indenização por danos morais coletivos e sociais, segundo divulgou o g1.

Ainda, na mesma entrevista, que tomou grandes proporções apenas nas últimas semanas, o brasileiro também utilizou um termo homofóbico ao falar sobre heptacampeão mundial de Fórmula 1, além de insultar os ex-pilotos Keke e Nico Rosberg.

"O Keke? Era uma bosta. Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico), ganhou um campeonato. O 'neguinho' [Hamilton] devia estar 'dando mais c*' naquela época e estava meio ruim", disse Piquet.

Com a repercussão dos comentários, o brasileiro se desculpou, alegando que o que disse foi "mal pensado". Ainda, acusou que a tradução utilizada em alguns casos não foi correta. Na visão dele a palavra utilizada tem sinônimo de 'cara' ou 'pessoa'.

No entanto, em entrevista ao "Motor Sport Magazine", o ex-piloto voltou atrás e declarou: "Não há nada, nada que eu tenha dito de errado". "Eu realmente não me importo, isso não atrapalha minha vida. Estou aqui com meus amigos, estamos nos divertindo, é isso", completou.

Além disso, os autores da ação solicitam também que Nelson Piquet seja condenado a publicar nota com pedido público de desculpas, "reconhecendo o erro de fazer alusão racista a qualquer pessoa" e "retratando-se das afirmações racistas e homofóbicas".

O caso

O termo de cunho racista foi utilizado durante a fala de Piquet, em novembro do ano passado, na qual o ex-piloto comentava sobre a batida entre Hamilton e Verstappen no Grande Prêmio de Silverstone, em 2021, e o acidente entre Ayrton Senna e Alain Prost, durante o GP do Japão de 1990.

"O 'neguinho' meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O 'neguinho deixou o carro', e é uma curva muito de alta, não tem como passar dois carros. Ele [Hamilton] fez de sacanagem", disse Piquet.

A Fórmula 1, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) e a Mercedes repudiaram em nota o termo utilizado pelo ex-piloto. Por fim, Hamilton também manifestou-se sobre o caso, inclusive em português. "Vamos focar em mudar a mentalidade, publicou em seu Twitter. "É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes e alvo na minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação", completou.