Especialistas apontam Copa como 'divisor de águas' para mulheres no futebol

A Copa do Mundo feminina chega ao final com a decisão entre Espanha e Inglaterra, que se enfrentam neste domingo, às 7h (horário de Brasília), pelo título inédito. E os números do evento deste ano já entraram para a história por uma série de fatores.

Um dos exemplos está na premiação, com mais de US$ 150 milhões distribuídos pela Fifa entre os participantes, um recorde até então e que representa três vezes mais do que a última edição, em 2019.

"Essa edição da Copa do Mundo é um divisor de águas para o futebol feminino, a modalidade ganhou outro patamar de relevância através das receitas obtidas com o evento, presença do público nos estádios, bem como a audiência em relação a edição realizada na França há quatro anos. É possível afirmar que teremos o futebol feminino mais forte do que nunca após essa Copa do Mundo", afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

De acordo com a empresa analítica Omdia, a receita com patrocínios é estimada em US$ 300 milhões com a geração de todo o evento. Entre os principais patrocinadores, destacam-se o McDonald's, a Unilever e a Budweiser.

Outro dado relevante é que a organização da disputa estima que deve chegar a 2 milhões de ingressos vendidos, além de uma audiência global de dois bilhões de pessoas conectadas com a competição.

Na Austrália, foi divulgado que mais de sete milhões de pessoas acompanharam a partida pela TV - a última vez que as emissoras do país tinham registraran números tão altos de telespectadores acompanhando um evento esportivo ao vivo tinha sido nas Olimpíadas de Sydney, há mais de 20 anos, quando Cathy Freeman venceu a medalha de ouro nos 400 metros rasos, prova do atletismo.

"Com um maior investimento e visibilidade, o resultado é a massificação - aumento do engajamento do torcedor e recordes de público dentro da modalidade. Esse sempre foi um dos grandes desafios do futebol feminino que, ao longo do tempo, se tornou um produto atrativo, consolidado, que traz valores e mensagens para um segmento específico e vem expandindo para outros públicos também", afirma Danielle Vilhena, diretora de marcas da Agência End to End.

Finalista, a Inglaterra também tem atraído o interesse do público local, e o país registrou pico de audiência de 5,2 milhões de pessoas a vitória sobre a Nigéria, nas oitavas.

Já no Brasil, o jogo de estreia diante do Panamá fez com que quase 14 milhões de pessoas acompanhassem ao confronto pela televisão. As jogadoras também capitalizaram isso de forma orgânica, visto que as atletas brasileiras tiveram um salto de mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais durante o evento - a atacante Ary Borges, autores de três gols no primeiro jogo, conseguiu ganhar mais de 200 mil fãs em um único dia.

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"A expectativa agora é que estes resultados positivos apareçam também nos clubes do Brasil. Precisamos do apoio das marcas para que o investimento na base e nas categorias profissionais aconteçam e ajudem a acelerar o resultado dentro de campo", comenta Liana Bazanela, diretora executiva de marketing do Sport Club Internacional.

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