Ricardo Oliveira lamenta pouco tempo na Espanha: 'Decisões precipitadas'

Ricardo Oliveira marcou seu nome no futebol espanhol com passagens por três importantes clubes de La Liga: Valencia, Bétis e Zaragoza.

O jogador brasileiro comentou que tomou "decisões precitadas" e lamenta por ter ficado pouco tempo na Espanha.

"Tomei decisões, talvez precipitadas, que fazem parte. Eu não me culpo porque eu não tinha a cabeça que eu tenho hoje lá atrás, mas eu permaneceria muito mais tempo em La Liga, muito mais. É um campeonato muito importante, é um campeonato forte, é um campeonato bonito de se ver, é um campeonato disputado, tem um ar diferente de você jogar o Campeonato Espanhol. Todo mundo precisa viver essa experiência", disse Ricardo Oliveira.

Rafa Benítez: "Eu peguei logo Rafa Benítez como treinador, um cara que me ensinou muito. Ele não só gostava de treinar o jogador, ele gostava que o jogador desenvolvesse uma capacidade mental de entender como o time dele jogava."

La Liga: "Os jogos realmente eram diferentes. A gente pegava rivais difíceis, a gente pegava o Villarreal no Clássico, Barcelona, Real Madrid, entre outros. Os jogos eram bem intensos, disputadíssimos, um ou outro a gente conseguia fazer um resultado amplo, mas normalmente eram sempre jogos bem duros."

Sucesso no Bétis: "Eu me lembro que nos primeiros jogos eu fui tendo um pouquinho de dificuldade, normal. Tinha acabado de chegar no clube e aí a torcida pedia, cobrava, 'puxa, mas não está fazendo gol'. E o Lorenzo Serra Ferrer, técnico da época, sempre falava assim: 'Tudo bem. Quando chegar o primeiro, virão outros. Ele vai dar o resultado que a gente precisa, porque ele já mostrou isso daí. A temporada que ele fez lá, o ano passado, já mostrou, e nós o queríamos aqui. Agora ele está aqui. Vamos dar apoio para ele. Vamos ajudar aqui. Daqui a pouco ele entrega o que vocês querem.' Aí quando fiz o primeiro gol, fui embora. Foi a minha grande temporada na Europa. Eu fiquei em terceiro na artilharia do Campeonato Espanhol, à frente do Ronaldo, meu grande ídolo, minha grande referência."

Dérbi: "O Dérbi é uma final. Na semana do dérbi, os brasileiros não podiam ter um encontro juntos, um jantar, por exemplo, dos brasileiros do Sevilla com os brasileiros do Bétis. Não tinha isso. Os próprios dirigentes falavam assim: 'gente, eu sei que vocês são compatriotas e tal, mas agora, 'a morir''. E aí chegava no Dérbi. Parecia que era o único jogo que a gente tinha na temporada, era bem disputado, aquela rivalidade, estádio cheio, tanto no campo do Bétis como no do Sevilla."

Parceria com brasileiros: "Bem legal que a gente estava treinando, estava eu, Edu, Assunção e Denílson. O tempo todo a gente chegava a combinar um horário para chegar no clube, se trocava, ia tomar um café lá mesmo ali do lado e se juntava. Era muito legal e a resenha fluindo no dia a dia. Eu lembro que quando eu cheguei no Bétis, falaram: 'O treinador é muito sério, é meio comandante'. E aí, o Denílson brincando, não tem jeito, é escandaloso, de dar risada alta. O técnico pegava uns gritos às vezes assim: 'Parem de rir!'. E era bem legal, cara."

Despedida de Joaquin: "Eu fui encontrando os amigos. Foi chegando os jogadores que foram campeões comigo no Bétis. Os torcedores estavam ali na recepção do hotel, fazendo fotos e autógrafos. No dia do jogo, eu fiquei realmente impressionado. Porque se criou um clima de uma festa para alguém que realmente merecia esse momento. Quando vai começar o jogo tem 60 mil torcedores ali, prestigiando aquele momento e que legal, não teve uma vaia para ninguém, nenhum jogador foi vaiado. Era chamado um por um e todos os torcedores aplaudiam cada jogador que entrava no campo. Era algo surreal. Nunca tinha visto isso na minha vida. E sentir aquela recepção do torcedor, aquela ovação, aquele aplauso, aquele grito, o pessoal gritando meu nome, foi maravilhoso, vestir chuteira, vestir a camisa do Betis, fazer gol, sentir aquele calor do torcedor para mim foi, foi algo muito especial. Eu fiquei muito agradecido mesmo por esse momento."

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