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Presidente do São Paulo fala sobre crise no elenco e futuro de Ceni

Rogério Ceni, técnico do São Paulo, em jogo contra o Água Santa pelo Paulistão - MARCELLO ZAMBRANA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Rogério Ceni, técnico do São Paulo, em jogo contra o Água Santa pelo Paulistão Imagem: MARCELLO ZAMBRANA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

21/03/2023 13h44

Julio Casares, presidente do São Paulo, falou pela primeira vez após a eliminação do clube no Campeonato Paulista. O mandatário tratou a polêmica entre o elenco e o técnico Rogério Ceni como "algo do mundo da bola" e sobre o futuro do treinador. A entrevista foi concedida ao canal do André Hernan, integrante da coluna "Mercado da Bola", do UOL.

O Tricolor deu adeus ao Estadual nas quartas de final, após derrota nos pênaltis para o Água Santa. Recentemente, houve uma discussão entre Ceni e Marcos Paulo, e o clima na delegação não ficou bom.

Atrito entre jogadores e Ceni. Quem vive na bola, no futebol, sabe que é normal, no vestiário, no jogo, no treino, ter cobranças mais ásperas, duras. Isso é normal. Normal, às vezes, um jogador ou outro ter uma posição. E o diálogo é importante. Não foi nessa potencialização como mostraram. Foi uma conversa do elenco, acho produtivo, Rogério achou produtivo, elenco achou produtivo, mas nada além que uma cobrança normal do dia a dia do futebol.

Pensaram em demitir o Ceni? "Em nenhum momento. Nós prezamos pelo profissionalismo, a longevidade do técnico, trabalho a longo prazo. No caso do Rogério, perdeu muitos jogadores por contusões, a maioria contusões traumáticas, de jogadores protagonistas".

Clima no elenco. "Sinto no dia a dia que as coisas estão tranquilas, claro que futebol é dinâmico e a relação humana deve ser aprimorada todos os dias. Isso é uma dinâmica normal e todos nós devemos investir no melhor relacionamento, mas o que vejo no treinamento, e estou aqui todos os dias, é um clima muito bom".

Mercado. "O São Paulo contratou nove jogadores. Mudou um ciclo e atendeu às características de posições que o Rogério precisava. Temos restrições financeiras e não vamos fugir disso. Podemos ter oportunidades e as oportunidades são analisadas. Mas, neste momento, não podemos falar nada [sobre reforços]".

Veja as respostas de Casares

Polêmica

"Quem vive na bola, no futebol, sabe que é normal, no vestiário, no jogo, no treino, ter cobranças mais ásperas, duras. Isso é normal. Normal, às vezes, um jogador ou outro ter uma posição. E o diálogo é importante. Não foi nessa potencialização como mostraram. Foi uma conversa do elenco, acho produtivo, Rogério achou produtivo, elenco achou produtivo, mas nada além que uma cobrança normal do dia a dia do futebol. Quem conhece o mundo da bola sabe que o vestiário, às vezes, é tenso, a partida é tensa, o treino é tenso, e existe cobrança, existe hierarquia, existe disciplina. O técnico também tem de fazer com que o pensamento dele se sobreponha a todos. E é aquela máxima: ninguém é maior que a instituição, seja presidente, técnico ou jogador. Temos diretrizes e disciplina, e foi isso que aconteceu. Sabemos que quando se perde uma classificação, fica um peso maior".

Pensaram em demitir o Rogério Ceni?

"Em nenhum momento. Nós prezamos pelo profissionalismo, a longevidade do técnico, trabalho a longo prazo. No caso do Rogério, perdeu muitos jogadores por contusões, a maioria contusões traumáticas, de jogadores protagonistas (...). Foi um conjunto de situações que não seria justo você cobrar do Rogério. Se perde na sua equipe, que é uma equipe competente de mídia, de uma vez só 70% do elenco principal, vai trazer prejuízo para o trabalho. Isso nunca foi discutido, o trabalho continua. O São Paulo experimentou uma fórmula nos últimos seis anos, salvo engano, trocamos nove, 10 técnicos. Deu certo? Temos de ter pés no chão, tranquilidade e muita serenidade.

Muito dizem: 'Ah, presidente, tem de falar'. Falar o quê? Técnico tem contrato, é o chefe da parte de campo da comissão técnica, diretoria está próxima de tudo. Claro, foi uma desclassificação doída, ruim, inadmissível até, mas estamos vendo o campeonato. Hoje esse mesmo clube que nos tirou a classificação nos pênaltis é finalista. Isso não nos consola, pelo contrário, há cobrança, mas o trabalho segue. Temos Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileiro, e temos de trabalhar com as mudanças que já foram feitas".

Clima no elenco

"Sinto no dia a dia que as coisas estão tranquilas, claro que futebol é dinâmico e a relação humana deve ser aprimorada todos os dias. Isso é uma dinâmica normal e todos nós devemos investir no melhor relacionamento, mas o que vejo no treinamento, e estou aqui todos os dias, é um clima muito bom. Acredito que são coisas superadas e coloco como normais. Se formos focalizar tudo que acontece no vestiário depois do jogo, ou até mesmo no campo... Episódio tranquilo. Não houve todo esse estardalhaço. O que interessa é o trabalho, o diálogo e saber onde quer chegar"

Mudanças no departamento médico

"É um trabalho que vem sendo preparado há muito tempo. Temos departamento de excelência médica, os profissionais que hoje estão no CT estavam em Cotia estavam sendo preparados. Tínhamos tudo planejado para fazer após o Paulista. Como veio a desclassificação e temos quase um mês de inatividade em termos de jogo, resolvermos antecipar. Não há nenhum tipo de ataque pontual, achar um culpado. É algo planejado. Importante esses novos profissionais, sem abrir mão do conhecimento histórico e técnico do dr. [José] Sanchez, estarem aqui presentes".

Cirurgia de Galoppo em Buenos Aires e críticas da torcida

"São Paulo olha os questionamentos de torcedor com muita tranquilidade, acha até normal. Quando você ganha, o humor é um, quando perde, é outro, é natural. Mas aqui fazemos todas as nossas ações com convicções. Para nós, o atleta que tem um problema médico é um paciente que deve ser respeitado. O que interessa é que o São Paulo acompanhou e supervisionou, e fez todas as ações conjuntamente. Mas o Ferrareis foi operado aqui, e os outros também. É um caso ou outro que tem de ser respeitado a questão pessoal do atleta/paciente. Mas o São Paulo vê com tranquilidade. Sabemos que o pós-jogo de uma eliminação é turbulento. Se ficar preocupado apenas com a repercussão de um lado ou de outro, não faz o planejamento".

Mercado

"O São Paulo contratou nove jogadores. Mudou um ciclo e atendeu às características de posições que o Rogério precisava. Temos restrições financeiras e não vamos fugir disso. Podemos ter oportunidades e as oportunidades são analisadas. Mas, neste momento, não podemos falar nada (...). Todo dia tem um jogador que se especula, isso é normal no nosso meio. Temos uma convicção, uma restrição orçamentária e vamos cumprir. Contratamos nove jogadora. Infelizmente, muitas contusões tiraram o São Paulo de uma briga que entendemos que seria mais eficaz, mas claro que se houver possibilidade de reposição dentro das nossas condições, faremos (...) Temos de falar a verdade ao torcedor. São Paulo fará esforços, mas não fará loucura".

São Paulo 'andou para trás' em relação a 2022?

"O que vai se cobrar é uma melhor performance, em cima de todos nós, não apenas no treinador. Em 2021, começamos bem e o resto da temporada foi ruim. Esperamos que esse ano seja ao contrário. Acreditamos que podemos melhorar. Principalmente, nossa preocupação é o Campeonato Brasileiro, que é muito difícil".

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