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Torcida que atacou Vini Jr já imitou macaco e chamou R. Carlos de chimpanzé

Roberto Carlos, do Real Madrid, durante clássico contra o Atlético de Madri em 2005 - Denis Doyle/Getty Images
Roberto Carlos, do Real Madrid, durante clássico contra o Atlético de Madri em 2005 Imagem: Denis Doyle/Getty Images

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

21/09/2022 11h36

Famosos por diversas manifestações racistas e nazistas pela Europa desde a sua fundação, em 1982, os torcedores ultras (violentos) da organizada Frente Atlético, do Atlético de Madri, responsáveis pelos ataques recentes a Vinicius Júnior, já cometeram atos da mesma natureza com outro brasileiro que fez história no Real Madrid: o ex-lateral Roberto Carlos.

Roberto Carlos defendeu o time madrilenho por mais de dez anos, de 1996 a 2007, e conquistou, entre os principais títulos, três Champions League (1997/98, 1999/2000 e 2001/02) e quatro Ligas da Espanha (1996/97, 2000/01, 2002/03 e 2006/07). A construção de sua carreira no futebol espanhol, porém, foi semeada por atos discriminatórios.

Em 2005, em um clássico entre Real Madrid e Atlético, o brasileiro foi o alvo principal de atos racistas por parte dos membros da Frente Atlético. Os torcedores provocaram o ex-lateral com gritos de 'olé, olé, olé, Roberto Carlos é um chimpanzé' e emitiram sons de macaco sempre que o jogador pegava na bola.

Por conta do episódio, registrado em súmula pelo árbitro da partida, o Atlético de Madrid acabou multado na época em 600 euros pela Federação Espanhol de Futebol.

Roberto Carlos, porém, não foi vítima de racismo apenas da torcida do Atlético. Logo que chegou à Espanha, ele chegou a dizer que a torcida do Barcelona era a mais racista do país. Em seguida, pediu desculpas à cidade, ressaltando que apenas uma parte dela era racista.

"Quando joguei no estádio Camp Nou, havia 100 mil pessoas, mas apenas uma minoria me insultou. Disse aquilo sem pensar", disse em entrevista à Folha de S. Paulo na época.

Em 1997, Roberto Carlos relatou insultos racistas em telefonemas anônimos e teve a palavra 'macaco' escrita em seu carro. O ex-lateral chegou, inclusive, a dizer que deixaria a Espanha se os ataques prosseguissem.

"Se estou atrapalhando, o melhor é ir embora. Muita gente me admira, mas outras não têm inteligência e são racistas. Se não acabarem com isso, vou embora", afirmou.

Atlético x Vini Jr.

Rodrygo e Vinicius Júnior dançam após gol do Real, e torcedores são flagrados fazendo gestos nazistas - Denis Doyle/Getty Images - Denis Doyle/Getty Images
Rodrygo e Vinicius Júnior dançam após gol do Real, e torcedores são flagrados fazendo gestos nazistas
Imagem: Denis Doyle/Getty Images

No último domingo (18), dia de clássico entre Atlético e Real Madrid pelo Campeonato Espanhol, torcedores do Atlético que cantavam e bebiam nos arredores do estádio Cívicas Metropolitano usaram um cântico racista para chamar Vinicius Junior de macaco — o jovem brasileiro foi alvo de um comentário racista de um empresário em um programa da TV espanhola.

Não bastassem os cânticos racistas, torcedores que pertencem aos ultras do Atlético foram flagrados fazendo a saudação nazista em direção a Vinicius Júnior e Rodrygo enquanto eles comemoravam o primeiro gol da vitória por 2 a 1 do Real Madrid.

Depois do clássico, o jornalista espanhol Iñaki Ângulo publicou em seu canal no YouTube que Vinicius Júnior foi intimidado pela equipe do programa da televisão espanhola 'El Chiringuito' para não publicar o vídeo.