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Lisca vê sérios problemas táticos no Santos e exalta Marcos Leonardo

Técnico Lisca em entrevista coletiva à imprensa - Ivan Storti/ Santos FC
Técnico Lisca em entrevista coletiva à imprensa Imagem: Ivan Storti/ Santos FC

Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

21/07/2022 16h58

Apresentado hoje (21), Lisca falou sobre os problemas táticos do Santos. O técnico destrinchou as deficiências do Peixe e previu muito trabalho para tornar o time "mais coletivo".

Lisca viu a vitória do Peixe por 2 a 0 sobre o Botafogo ontem (20), na Vila Belmiro, de um dos camarotes. Os cariocas foram superiores e criaram muitas chances de gol.

"Eu já vinha acompanhando o Santos, desde a outra vez [do convite, em 2021]. Gostei obviamente do resultado, mas não controlamos o jogo. O Botafogo teve muitas chances. Gosto de futebol zonal, as referências do meu time são espaço, bola, companheiros e adversário. Santos ainda é muito fixado no adversário, que nos manipula e abre espaços, gerando descompactação. O que vem primeiro? Defender ou atacar? Eu sempre faço essa pergunta. É ovo ou galinha? Para atacar bem, temos que defender bem. E para defender bem, temos que atacar bem para não perder a bola e estar desprotegido na pós-perda. Já comecei a introduzir alguns conceitos hoje com os que não foram titulares. Tem muita coisa para trabalhar e isso me motivou muito, o potencial dos jogadores. Temos potencial, mas ainda não um time forte coletivamente. Tanto para defender quanto para atacar", disse Lisca.

"Criamos pouco e fomos efetivos ontem, temos um centroavante diferenciado [Marcos Leonardo]. Quando colocou a bola na frente, eu falei já era. Perfeito, cruzado, como manda o manual. Quero potencializar a individualidade com um coletivo forte. Não tem que ser por intuição, mas por intenção. Tem muito conceito para introduzir. É gradual. Para o primeiro jogo vai ser mais difícil pelo pouco tempo. Eles gostaram da conversa e da ideia do jogo. A gente se desgasta menos, sem correr com lateral até o fundo como vi o Léo [Baptistão] ontem. As distâncias percorridas são muito altas. Intensidade é boa, mas temos que correr mais junto, certo e compacto, com triangulação e inversão. Tenho muita coisa para fazer. Acho que posso contribuir muito para ter um time forte, coletivo e com individualidade aparecendo naturalmente. Precisamos direcionar esse potencial para o coletivo", completou.

Lisca ouviu referências positivas de Cuca sobre Marcos Leonardo durante curso na CBF. Na ocasião, o técnico do Santos disse que Marcos era melhor que o Kaio Jorge, atualmente na Juventus (ITA).

"O Marcos Leonardo recebeu placa de 100 jogos. Tem 19 anos e 100 jogos. Não é mais menino. A idade não quer dizer maturidade e experiência. É titular, destaque da seleção brasileira sub-20 e todo o mercado fala dele. Ele é Menino da Vila emblematicamente, mas é um homem. O futebol torna homens muito cedo. Mas não vamos perder o glamour dos meninos, temos que cuidar. São bajulados, muitos falam que é o cara, o salário Série A é muito bom desde cedo. Temos que botar eles no chão também e gosto desse trabalho. Tenho muita experiência em formação", avaliou.

"Estava no curso com o Cuca e contei para ele a história de quase ter ido para o Santos. Kaio Jorge ia sair, tinha tranfer ban. Ele me chamou de burro e falou que eu tinha que ter ido e que o Marcos Leonardo era melhor [que o Kaio]. Falou daquele jeito que ele tem, Cuca é meu amigo pessoal", concluiu.

Lisca estreará pelo Santos contra o Fortaleza no domingo (24), no Castelão, pela 19ª e última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro.

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