Neymar é abraçado pelo ambiente da seleção em dia de ataques na França

A chegada foi de helicóptero, como em algumas ocasiões anteriores — o início da preparação da Copa América 2019 foi uma delas. Neymar subiu a Teresópolis e depois entrou numa van ao lado de outros cinco jogadores para a Granja Comary. Assim, já começou a se imergir e ser abraçado pelo ambiente da seleção.

Neymar, por cerca de 10 dias, deixou para trás o ambiente pesado do PSG, que ficou carregado pela eliminação da Liga dos Campeões e a derrota por 3 a 0 para o Monaco, no domingo. Mas as críticas não respeitam espaço aéreo e o acompanham. É o caso da acusação feita por um jornalista de que ele chega aos treinos no limite da embriaguez.

Curiosamente, foi com alguns companheiros de Real Madrid — algoz na Champions — que a imersão de Neymar na seleção recomeçou. No helicóptero, vieram também Vini Jr, Rodrygo e Militão, além de Marquinhos e Dani Alves. Salto para a van foi a partir do novo heliponto do CT da seleção, no trajeto até a parte mais alta da Granja.

Neymar volta a respirar os ares da seleção depois de perder jogos por lesão. Em novembro, ele sofreu uma lesão muscular na coxa que o tirou do jogo contra a Argentina. Posteriormente, uma contusão mais grave — no ligamento do tornozelo esquerdo — afastou o craque dos gramados por quase três meses. Por isso, ele não atuou na primeira data Fifa de 2022.

Nas redes sociais, a foto do abraço com Thiago Silva no refeitório durante o café da manhã veio com a legenda: "Tava com saudade de mim, né". Ele brinca com o zagueiro, mas a recíproca é verdadeira. Afinal, na seleção, Neymar encontra um ambiente bem mais leve. Ainda que naturalmente atraia mais atenção — a jaqueta com a imagem do "macaco entediado" ajuda — e vire assunto.

Na seleção, Neymar é defendido e apoiado. Lucas Paquetá, por exemplo, deu voz à indignação com a notícia sobre a suposta embriaguez no treino. Na coletiva, tratou o assunto como "desrespeitoso".

"Ter ele conosco é um privilégio. Particularmente, quando tenho o Neymar do meu lado me sinto muito mais forte, assim como meus companheiros. E ele também sente o mesmo quando está na seleção, a gente se motiva mais, se abraça mais, isso nos torna mais fortes", disse o meia.

Na hora do trabalho em campo, o dia de Neymar teve uma adaptação a uma função um pouco diferente. Sem um centroavante de ofício no time titular, o camisa 10 será o jogador mais adiantado — pelo menos na fase defensiva. O desenho da atividade teve um Brasil posicionado em um 4-2-3-1.

Em alguns momentos, a bola parou de rolar para que Tite e os demais jogadores discutissem qual era a proposta a ser implementada no jogo contra o Chile. Neymar participou, deu sua opinião, fez indicações para decifrar melhor qual seria o comportamento da seleção na hora de marcar pressão e, posteriormente, se recompor em uma faixa mais recuada do campo.

Na reta final, veio a diversão com a bola. A altinha com Paquetá, Militão, Rodrygo, Vini Jr rendeu risadas. Depois, com a presença de convidados de patrocinadores e familiares de jogadores, veio o afago de quem fica na arquibancada. Já tinha escurecido em Teresópolis e Neymar estava tirando foto com todos eles. Ninguém escondeu a euforia.

Neymar se retirou sorrindo. Ainda deu para ouvir ao longe os gritos de jovens no lado oposto ao campo, em uma das casas do condomínio que cerca o CT da seleção, gritando o nome dele à exaustão.

Aos 30 anos, Neymar já falou que a Copa de 2022 pode ser a última da carreira. O ambiente da seleção pode ajudar o caminho até lá ser mais leve.