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Paulo Sousa critica falta de profundidade, mas defende rotação no Flamengo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/03/2022 18h59

Apesar da vitória no clássico sobre o Vasco por 2 a 1 na tarde de hoje (6), o técnico Paulo Sousa avaliou que o desempenho do Flamengo ainda precisa melhorar, e sentiu que sua equipe precisa de mais profundidade e mais chances criadas para marcar.

"Vão ter jogos mais complexos, e um clássico tem sempre sua complexidade. Vão ter jogos que vamos construir bastante, com mobilidade e controle do jogo. Hoje, faltou profundidade para sermos mais criativos e criar mais situações de gol. Na segunda parte foi mais no coração do que controle do espaço, triangulações e interação dos setores para ampliar o número de gols", disse o técnico português, ao apontar que "hoje não foi assim, mas em outros jogos vamos conseguir".

Ao longo dos 90 minutos, embora o resultado tenha sido positivo, o Rubro-Negro chegou à vitória com um gol em bola parada e outro no talento individual de Arrascaeta, que acertou um belo chute no fim do jogo, mas sofreu para vencer a defesa adversária e gerar oportunidades para ir às redes.

"Tivemos situação de triangulações no corredor central. Faltou-nos mais profundidade. Podemos melhorar. Poderíamos ser mais efetivos. Dentro da superioridade devemos aumentar o número de oportunidades, e temos que ser mais consistentes para atingir nosso melhor nível", ponderou o treinador.

Perguntado sobre a utilização de nove escalações em nove partidas diferentes, o comandante do Fla comentou mais sobre as opções que fez para o clássico no Nílton Santos, e disse que tem feito a rotação porque acredita em todo seu elenco.

O próximo compromisso do Flamengo será diante do Bangu em Moça Bonita, no próximo domingo (13). Em segundo lugar, com 23 pontos, o time de Paulo Sousa não pode mais perder a vice-liderança do Campeonato Carioca.

Confira outras respostas de Paulo Sousa na entrevista coletiva:

Nove escalações diferentes em nove jogos. Falta muito para o time ideal?

"Nossa superioridade começou a ser grande no corredor esquerdo, sobretudo. Com muita mobilidade e interação com Arrasca, Bruno, Everton, o próprio Andreas. Na direita tivemos menos, Fabrício teve dificuldade de tomar decisões mais altas. Faltou-nos mais profundidade. Podemos melhorar. Poderíamos ser mais efetivos. Dentro da superioridade devemos aumentar o número de oportunidades, e temos que ser mais consistentes para atingir nosso melhor nível."

Você afirmou que ia aproveitar o Carioca para conhecer o elenco e rodar. Mas qual é o peso do tetra?

"Peso é enorme. Comigo foi sempre bem presente. A rotação é porque acredito em todos os jogadores do nosso elenco, e serão necessários em qualquer jogo. Vamos ser todos necessários, e atingir o tetra está na minha cabeça e na do elenco. Daí a importância de vencer o clássico. É essa importância para torcida, para nós, o clube, os jogadores."

Por que não usou João Gomes (desde o início) e Lázaro?

"João entrou bem, pela profundidade, largura. Clássico é um clássico, e hoje entendi bem. Por isso a decisão por mais jogadores experientes, para podermos ser superiores e ganhar o jogo. E conforme os acontecimentos, tomamos decisões para ganhar o jogo, e foi o que aconteceu."

Andreas: como trabalhar o psicológico?

"Todos somos importantes e necessários, e em qualquer momento, bons e maus, temos que estar muito unidos. A unidade vai fazer diferença, e temo uma nação cheia de energia que nos vai ajudar a ter performances muito elevadas. A unidade é muito importante, estarmos todos juntos, pensarmos dentro e fora, o clube está à frente de todos nós. É na unidade que vamos ajudar individualmente a conseguir vitórias."

Everton no lado esquerdo. Como avalia?

"É um jogador habituado ao outro corredor, direito, utilizando o pé esquerdo para movimentos interiores. Dentro dessa estrutura temos três laterais direitos de muita profundidade, o que nos permite ter um jogador e rodarmos durante o jogo com jogadores frescos. Independente do adversário, podemos tomar decisões concretas. Everton pra mim é tecnicamente extraordinário, não chega tanto a essa mesma profundidade, daí [a opção de] dar menos profundidade a ele. Mas conto com ele nesse corredor ou no central."