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Fagner enaltece Sylvinho e pede paciência com o novo técnico do Corinthians

Fagner em ação pelo Corinthians diante do Ituano, pelo Paulistão - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Fagner em ação pelo Corinthians diante do Ituano, pelo Paulistão Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Do UOL, em São Paulo

09/02/2022 15h16

Nome identificado com a torcida e uma das lideranças do elenco do Corinthians, o lateral Fagner foi o escolhido pelo clube para atender a imprensa no CT Joaquim Grava hoje (9), véspera do jogo contra o Mirassol. A partida na Neo Química Arena ficou em segundo plano e o defensor respondeu perguntas sobre o antigo e o novo treinador do Timão, que ainda não foi escolhido pela diretoria.

Fagner seguiu a mesma linha do presidente Duilio Monteiro Alves ao comentar a saída precoce de Sylvinho com apenas três jogos na temporada. O lateral lembrou a pressão externa criada em cima do treinador e enumerou os pontos positivos da passagem do comandante pelo Parque São Jorge.

"Óbvio que existia uma pressão muito grande em cima dele, mas vale ressaltar tudo o que ele fez bom. Quando ele assumiu a equipe, todo mundo falava que o Corinthians brigaria para cair no campeonato e a gente com muito trabalho e esforço, e com muita dedicação dele, conseguimos a vaga direta para a Libertadores. Acho que a decisão tomada pela diretoria foi, de uma certa forma, para preservar o próprio Sylvinho. Ele deixou coisas muito boas aqui dentro do clube e, futuramente, vai se tornar um excelente treinador", explicou.

O camisa 23 do Timão ainda não tem ideia de quem será o novo comandante da equipe, porém pediu tempo ao futuro treinador. A diretoria trabalha com cautela nos bastidores e tem preferência por um comandante europeu. O nome de Vítor Pereira, ex-Fenerbahce, da Turquia, está em pauta, porém o português ainda não respondeu à investida do Corinthians.

"Se você contratar um treinador estrangeiro hoje, você tem que dar mais tempo para ele conhecer o país, conhecer a cultura, o nosso futebol. É a mesma coisa com um atleta. No Brasil, a gente sabe que muitas vezes não temos paciência para dar tempo para um treinador trabalhar. Às vezes, o treinador está fazendo um bom trabalho, com bons números, e ele é criticado. Um exemplo disso é o Tite, que muitas vezes pedem para ele deixar a Seleção Brasileira. Temos que valorizar o que temos dentro do nosso país, muitas vezes valorizamos só as coisas de fora. Se vier um estrangeiro, vai agregar de muitas maneiras, mas temos que ver o dia a dia. Não tenho como falar se ele vai agregar mais ou menos do que um treinador brasileiro", ponderou Fagner ao ser questionado sobre o tema.

O lateral, peça-chave no esquema tático do Corinthians, será titular na partida de amanhã (10), diante do Mirassol, em Itaquera, pela 5ª rodada da fase de grupos do Campeonato Paulista. Enquanto não definir o nome do novo comandante, o Timão seguirá sendo treinado pelo interino Fernando Lázaro, que já dirigiu a equipe no último domingo, contra o Ituano, no Novelli Júnior.

Veja a entrevista completa de Fagner:

Sobre o retorno gradual da imprensa ao CT Joaquim Grava

"Ficamos felizes de que tudo começa a se normalizar. Você vê tudo o que aconteceu no mundo com a pandemia e hoje você poder estar retornando à normalidade, mesmo que com algumas precauções, é bom. Fico feliz com isso e é bom para vocês (imprensa) também acompanharem o que está acontecendo e passar isso ao telespectador, que não tem oportunidade de ver o dia a dia. Sejam bem-vindos de volta".

O quanto a demora por um novo treinador atrasa a preparação da equipe para a temporada?

"Não acho que atrasar seja o termo, sabemos que independente do nome, os jogadores que aqui estão vão procurar ajudar da melhor forma possível. A importância dos jogos em si vão acontecendo, os jogadores vão se entrosando e readquirindo a forma física. Não é um atraso, nós vamos estar preparados fisicamente e tecnicamente para entregar aquilo que o treinador precisar".

Até onde o elenco conseguiu ir para manter o Sylvinho no Corinthians?

"O futebol é muito dinâmico, não tem como dizer que a gente deixou de fazer uma coisa. Fizemos tudo o que poderia ter sido feito, dentro e fora de campo. Como eu falei, até mesmo para preservar o próprio Sylvinho, a decisão foi tomada. Agora é pensar no próximo jogo, o futebol é assim e temos que pensar lá na frente já".

Falta algo para os treinadores brasileiros? Dá para dizer que eles pararam no tempo?

"Não acho que eles pararam no tempo, mas o treinador brasileiro trabalha pensando que se ele não vencer dois jogos ele pode estar saindo. Muitas vezes ele não tem tempo para trabalhar o que ele realmente gostaria, se ele perde três jogos de 3x0, ele é mandado embora. A cultura do futebol brasileiro é assim. Muitas vezes, ele prefere jogar para ganhar de 1x0 e ir arrumando o time aos poucos do que ficar levando porrada. O futebol é assim. Você perder dois jogos hoje, você é questionado e cobrado. Quando vem um treinador de fora, você tem mais tempo. Acho que também deveríamos dar essa paciência para os treinadores brasileiros".

Sobre postura mais defensiva sob o comando de Sylvinho

"São duas fases do trabalho. Logo que o Sylvinho chega, nós estávamos em uma situação ruim e a primeira ideia dele foi ajustar o sistema defensivo. Esse ano, do final do ano passado para cá, com o time já montado e com uma estrutura de jogo, te possibilita ter ajustes que me liberavam para ir mais a frente. Contra o Santo André, entramos com cinco meias e só um deles era volante, se os dois laterais sobem você passa a ter somente três jogadores para marcar. É muito da situação e de leitura de jogo. Pega o jogo contra o Ituano, se eu pudesse ficaria lá na frente o jogo todo, mas em duas bolas que a gente erra a saída, o Neto Berola estava nas minhas costas. Se eu avanço demais na hora errada, eu possibilito o contra-ataque. Vai ter jogo que eu posso subir mais, vai ter jogo que não. É discernimento e leitura de jogo, temos que fazer o melhor para a equipe".

O que você acredita que deva ser o perfil do novo treinador do Corinthians?

"Ainda bem que não estou na pele da diretoria (risos). É uma decisão difícil, não dá para falar que preferimos A, B ou C. Todos os atletas vão recebê-lo de braços abertos, vamos deixar para a diretoria e procurar ajudar dentro de campo que eu acho que é o melhor".

O Fernando Lázaro pode ser promovido a técnico efetivo do Corinthians?

"No futebol pode acontecer de tudo. Estamos pensando no próximo jogo, se Deus quiser a gente consegue um bom resultado, que dá mais tranquilidade para a diretoria trabalhar e para o Fernando prosseguir. Não sabemos o quanto de tempo teremos, mas esperamos ajudá-lo da melhor forma. É um cara que se dá bem com todos, mas vamos ajudá-lo da melhor forma a conseguir bons resultados".

Por que o Corinthians teve atuações opostas no primeiro e segundo tempos do jogo contra o Ituano?

"Demoramos um pouco para entender o jogo porque não esperávamos que o Ituano viesse com uma linha de cinco. Essa demora fez com que a gente ficasse meio desnorteado no começo. No segundo tempo, conseguimos dominar as ações. Essa demora para entender o jogo não foi por falta de treinador ou não".

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