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Cinco tendências para o Mundial vistas na estreia do Palmeiras no Paulistão

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

24/01/2022 04h00

Ao menos pensando no Mundial de Clubes, o 2022 do Palmeiras tem a continuidade como tema. No primeiro jogo oficial do ano, contra o Novorizontino, pelo Paulista, ontem (23), Abel Ferreira não repetiu apenas o time, mas também o esquema de jogo que venceu o Flamengo em 27 de novembro de 2021 para ser bi direto e tricampeão da Libertadores.

Observando a partida e a entrevista coletiva após a vitória por 2 a 0, foi possível confirmar algumas impressões sobre a estratégia do técnico português e, desse modo, vislumbrar o que o time deve entregar em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, durante o Mundial, em fevereiro.

Escalação não terá novidades no Oriente Médio

A repetição da escalação no primeiro compromisso do ano, e o fato de que Abel não terá Weverton e Gómez antes do embarque para os Emirados Árabes —estarão com as seleções de seus países—, praticamente sacramentam os nomes dos 11 que iniciarão o confronto com o Monterrey (MEX) ou Al Ahly (EGI) na semifinal do Mundial.

Contra-ataque será arma e linha de cinco pode ser recurso no Mundial

Iniciar o jogo com três zagueiros —com Piquerez fazendo a função pelo lado esquerdo— indica que o técnico está preparado para montar uma linha com cinco defensores no Mundial, em especial se houver uma final contra o Chelsea.

Isso também implica na conclusão de que o Palmeiras vai seguir atuando de modo vertical e rápido, buscando contra-atacar nas costas do time adversário.

Time pode alterar esquema durante o jogo

Para ilustrar como pensa o futebol, Abel usou um animal como exemplo: "O camaleão muda de cor, mas ainda é um camaleão".

A resposta veio no contexto da variação de esquema tático empregada contra o Novorizontino. O time iniciou o jogo num 3-4-3 e mudou para um 4-3-3 na segunda etapa.

Com as variações, Raphael Veiga, por exemplo, deixou a direita do ataque para jogar mais centralizado. Dudu foi para a direita e Scarpa virou ponta esquerda.

Palmeiras deve chutar mais de fora da área

O fato de os dois gols do Palmeiras terem acontecido em arremates de longe indica que Abel Ferreira está pedindo de seus pupilos mais afinco para bater a gol de fora da área.

Além dos gols de Zé Rafael e Dudu, Rony, Danilo e Veiga também arriscaram batidas perigosas a gol de média e longa distância. O recurso não foi tão explorado por Abel na temporada 2021, exceto por Gustavo Scarpa.

O recurso é fundamental para um time que pode encontrar dificuldades na semifinal do Mundial, já que é de se imaginar que o Al Ahly (EGI) e Monterrey (MEX) não queiram, necessariamente, se expor e, possivelmente, jogarão com linhas recuadas e bem próximas, de modo a dificultar a infiltração do Palmeiras.

Atuesta pode conquistar lugar com o tempo e ser "coproprietário" da bola parada

O meia Eduard Atuesta jogou pouco mais de 30 minutos contra o Novorizontino. E embora ainda acanhado e desambientado, mostrou qualidade no domínio, no passe e na bola parada. Não será surpresa se ele conquistar uma vaga na equipe com o passar do tempo.

Deu para ver também que ele deve ser um dos homens da bola parada em 2022. O Palmeiras teve duas faltas na entrada da área depois de sua entrada. E Atuesta cobrou as duas —uma delas com muito perigo.

Se Scarpa estiver em campo, o colombiano e o camisa 14 vão, certamente, se revezar nas cobranças.